A vida em 8 Bits: crônica para quem não desiste

Da Redação ·
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fonte: Pixabay
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A vida não é uma disputa para vencer o chefão. Nunca foi.

É, talvez, uma sucessão de fases — umas mais sombrias, outras quase líricas — em que o verdadeiro prêmio é seguir, mesmo quando se está cansado. Mesmo quando tudo dentro de nós pede "pause".

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Ela — a personagem dessa história não contada — começou seu jogo num terreno desigual. Entrou no mundo com controles desconectados, onde as primeiras vozes que ouviu não sabiam ainda o que era estabilidade. Os primeiros cenários foram confusos, como mapas desenhados às pressas, com pouca luz e muitas lacunas. Houve um tempo em que a palavra “lar” soava mais como obstáculo do que abrigo — mas mesmo ali, entre os ruídos e sustos, ela aprendeu a sobreviver.

Foi uma fase difícil — daquelas sem música de fundo, onde o chão desaparece sob os pés.

Mas ela passou.

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Com o tempo, os cenários mudaram. A paleta de cores do cotidiano foi se suavizando, e um novo personagem entrou em cena — discreto, constante, daqueles que não salvam o jogo por você, mas que fazem companhia enquanto você aprende a salvar a si mesma. Ele era o Player 2 – novo e último - de quem sempre foi o seu Player 1 e não um outro em tela. De alguma forma, aqueles players que ela amava, agora eram espectadores e torcedores apenas.

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Foi quando ela começou a entender que não é preciso que tudo seja perfeito, só possível.

Agora, caminha firme por uma fase intensa, cheia de tarefas paralelas e caminhos que bifurcam. A cada manhã, escolhe suas armas: disciplina, silêncio, paciência. Em vez de espadas, carrega canetas e livros. Ao invés de buscar aplausos, persegue concentração. E embora ninguém veja, ela segue construindo pontes invisíveis entre o que foi e o que ainda será.

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Cada fase é um espelho.

A primeira lhe ensinou a resistir.

A segunda, a confiar.

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Esta agora, a persistir com esperança.

O que virá depois?

Talvez uma nova jornada que envolva cuidar dos outros. Talvez uma cidade distante, um apartamento só seu, ou apenas a paz de um domingo ensolarado com cheiro de bolo e café.

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Ela não tem todas as respostas — mas aprendeu que nem todo jogo precisa de manual. E que recomeçar, às vezes, é o verdadeiro avanço de fase.

Ela é uma heroína de tela invisível.

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Ninguém a vê salvando o mundo — mas ela salva a si mesma, um dia após o outro.

E esse é o maior feito de todos.

A vida, no fundo, é mesmo um videogame.

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Mas não desses com finais previsíveis.

É daqueles raros que guardam segredos em cada canto, poesia em cada falha, redenção em cada reinício.

E ela, mesmo sem saber, já é uma jogadora de elite.

Que venha a próxima fase.

Com chuva, neblina ou sol pixelado.

Seu nickname estará sempre registrado.

Ela está pronta.

Porque o futuro, para quem atravessa fases com o coração em modo sobrevivência, não é promessa — é conquista em construção. E para ela, que já enfrentou labirintos sem mapa, o que aguarda adiante é mais do que luz: é aurora. Não dessas que apenas clareiam o céu, mas daquelas que incendeiam por dentro. Um porvir tecido com a delicadeza dos que não desistem, mesmo quando o mundo parece travar. Haverá dias em que seus passos ecoarão em corredores de realizações. Haverá riso solto, olhar seguro, e um lugar onde ela não precise mais lutar para existir — apenas ser. Porque há beleza reservada para quem não desiste. E ela, sem alarde, já está escrevendo um final que será tudo, menos comum.

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