O homem mais feliz do mundo é o que entendeu que isso é impossível

Da Redação ·
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fonte: Pixabay

Dia 01 de maio chegou e com ele dezenas de postagens sobre o quão gratificante é o trabalho e de como precisamos parabenizar os trabalhadores neste dia. Confesso que eu mesmo fiz o meu post sobre o tema, mas talvez com aquela pitadinha de ácido que descobri, há pouco tempo, que corre também em minhas veias. Ora, esse dia não é apenas um feriado legal, ainda que no meio da semana, mas um dia de reflexão, então vamos a ela. 

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“Ache um emprego que ame e nunca mais terá que trabalhar”, que frase mais mentirosa, não é? Essa ideia de completude tem matado muitas pessoas que vivem insatisfeitas com a sua incapacidade de ser plenamente feliz. Afinal, será que existe alguém que seja plenamente feliz? Se até Jesus foi tentado no deserto, bem como todos os grandes profetas, todo mundo tem o seu demônio particular, feito para fazê-lo desistir do caminho escolhido. O problema é quando esse inimigo é você mesmo. 

Assim como muitas pessoas buscam o amor de uma vida inteira, mas não tem paciência para uma briguinha ou duas e já querem separar, o trabalho não é nem deve ser idealizado como a fonte de nossa felicidade, mas o seu meio. Concordo quando dizem que o trabalho “dignifica o homem”, mas só se o trabalho também for digno. O trabalho, essa entidade onipresente na vida do homem, é um fenômeno complexo. Para alguns, ele é a expressão máxima da identidade, um meio pelo qual se pode imprimir no mundo uma marca pessoal, uma contribuição singular. O trabalho, nesse sentido, é mais do que uma atividade; é uma vocação, quase um chamado.

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A verdade é que o trabalho pode ser tanto uma prisão quanto um palco de realização. Ele reflete as desigualdades, as injustiças e as contradições de uma sociedade que valoriza mais o produto do que o bem-estar do produtor. Assim, enquanto alguns encontram no trabalho uma forma de expressão e satisfação, outros veem nele apenas a necessidade de trocar horas de vida por moedas que mal cobrem as despesas da existência. O trabalho, portanto, não é apenas uma atividade, mas um complexo social que merece ser examinado com olhos atentos e críticos.

Ame e agradeça seu trabalho, pois muitos gostariam de ter essa oportunidade, talvez você até tenha rezado por ele, mas lembre-se também que a vida acontece fora do escritório (ou onde quer que você trabalhe). O seu trabalho é uma parte do que você é, não pode ser o que te define. Antes de ser professor, sou o filho, o marido e o pai, que juntos dão o tom do que quero ser como profissional. Antes de ser um profissional, preciso ser um humano. É isso que nos falta: humanidade e dignidade. Trate os que encontrarem no caminho com dignidade, como um outro ser humano, que tem suas dores e seus sonhos, não apenas números e propagandas. Trabalhe muito e conquiste tudo aquilo que sonha, mas viva enquanto o processo ocorre, pois muitos lutam uma vida toda e não chegam ao baú da felicidade, pois deixaram pelo caminho o que preencheria o pote. 

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