Apucarana, minha menina de 81 anos

Da Redação ·
Receba notícias no seu WhatsApp!
Participe dos grupos do TNOnline
Construção da Catedral Nossa Senhora de Lourdes
fonte: Arquivo
Construção da Catedral Nossa Senhora de Lourdes
continua após publicidade

Apucarana completa 81 anos. E, ainda assim, a vejo como uma menina: cheia de sonhos, vigor e possibilidades, mas já com histórias marcadas por lutas e resistências. Não há como falar dessa cidade sem sentir o coração aquecer. Afinal, minha história pessoal e profissional está entrelaçada com as ruas, praças, escolas e, principalmente, as pessoas deste lugar.

Quando cheguei a Apucarana pela primeira vez, há mais de duas décadas, não imaginava que ela se tornaria minha casa. Naquele momento, o destino me trouxe até aqui por amor. Foi Thays, a mulher que mudou minha vida, que me fez visitar essa cidade pela primeira vez. Mais tarde, percebi que não foi só ela quem conquistou meu coração: Apucarana, com suas colinas, seu povo acolhedor e seu jeito especial de ser, também me ganhou para sempre.

continua após publicidade

Aqui vi meus filhos nascerem. Anna Beatriz, João Vicente e Nina Giovanna são frutos dessa terra e crescerão absorvendo seus valores, sua cultura, suas raízes. Ser pai em Apucarana é como testemunhar a cidade crescendo junto com eles. Cada sorriso deles, cada conquista, parece refletir a promessa de um futuro ainda mais bonito para esta cidade-menina.

Como professor, tive o privilégio de ver milhares de alunos passarem por minhas aulas, crescendo, aprendendo e, mais tarde, se tornando adultos dos quais hoje me orgulho imensamente. É incrível andar pelas ruas e encontrar ex-alunos que agora são professores, médicos, comerciantes, pais, mães... São eles que dão continuidade à história dessa cidade, construindo um amanhã que, assim como eles, é repleto de potencial.

Apucarana é uma cidade que pulsa. Com seu título de Capital Nacional do Boné, ela nos lembra que aqui a criatividade e o trabalho caminham lado a lado. Suas fábricas, suas mãos calejadas de trabalho, são símbolos de força. Mas não é só isso. Ela é também terra de arte, de fé e de cultura, com exposições que contam histórias de devoção e tradição.

continua após publicidade

E é impossível falar da nossa menina de 81 anos sem lembrar das adversidades que ela enfrentou. A grande geada de 1975, por exemplo, foi um marco. Muitos pensaram que Apucarana não se reergueria, mas como uma fênix, a cidade mostrou sua força. Assim como eu destaquei no meu livro, a resistência é parte da alma de quem vive aqui. Cada obstáculo superado é um lembrete de que somos fortes.

Hoje, ao olharmos para o presente, vemos uma cidade que cresce. Apucarana é como uma jovem sonhadora, cheia de energia, mas que já carrega nas costas a sabedoria de quem enfrentou desafios. Porém, ainda há muito a ser feito.

Por isso, sonho com lideranças que honrem a dignidade que essa cidade merece. Quero políticos que enxerguem as pessoas antes dos números, que entendam que uma cidade só cresce de verdade quando cada cidadão cresce junto. Quero escolas que preparem nossos jovens não só para o mercado de trabalho, mas para a vida; quero um sistema de saúde que trate cada apucaranense com respeito e cuidado; quero ruas onde cada mãe possa passear com seus filhos sem medo; e quero empregos que tragam sustento e realização para cada família.

continua após publicidade

Apucarana, com seus 81 anos, ainda tem a força e a vitalidade de quem está apenas começando. É uma cidade que tem tudo para se tornar um exemplo, não apenas no Paraná, mas em todo o Brasil. Porém, esse futuro depende de nós. Depende de como cuidamos de nossas raízes e de como construímos as bases para o que está por vir.

Quando olho para essa cidade, não vejo apenas prédios, fábricas e ruas. Vejo histórias. Vejo amor. Vejo potencial. Vejo uma menina que, aos 81 anos, está só começando a mostrar ao mundo do que é capaz.

Que o aniversário de Apucarana nos inspire a cuidar mais dela, a sonhar mais alto e a lutar juntos por um futuro à altura de sua grandeza. Parabéns, minha menina! Que venham muitos e muitos anos de histórias, conquistas e, acima de tudo, amor. Porque se tem algo que não falta em Apucarana, é amor – amor por esta terra, por sua gente e por tudo o que ela ainda pode se tornar.