Nos céus, os anjos observavam, com ira e fúria, o Filho de Deus ser crucificado. Miguel, com sua espada flamejante erguida, bradou: “Como permitimos isto? Deixe-me destruir a humanidade.”
Gabriel, tomado de indignação, de joelhos clamava: “Que a terra seja consumida pela justiça divina!”
Os exércitos celestiais estavam prontos para descer e aniquilar tudo. Mas o Trono Celestial permaneceu em silêncio, quando Jesus, em agonia, proclamou: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”
Os anjos estavam prontos para agir, quando as palavras que selariam o destino do mundo ecoaram: “Pai, perdoa-os, porque eles não sabem o que fazem.”
Miguel abaixou a espada.
Gabriel caiu de joelhos em lágrimas.
E a paciência divina prevaleceu.
Naquele instante, o trovão calou-se. O fogo da ira de Deus foi apagado pelo perdão.
O silêncio que pairou sobre o céu não era mais de ira — era de adoração, pois ali, pendendo entre o céu e a terra, o Cordeiro se fez Rei. E, quando o Filho entregou o espírito, a eternidade se curvou diante do amor.
Conclusão
Jesus, na sua humildade, não pensou em Si mesmo. Não chamou miríades angelicais, que estavam de prontidão para destruir a terra. Não buscou justiça para Si.
Mas olhou, com os olhos de perdão, para aqueles que O crucificaram, para aqueles que ainda hoje persistem no pecado e não reconhecem a Sua majestade.
Ele transformou a dor, o escárnio e a zombaria em Redenção e em Salvação eterna.