O SUS é um bom exemplo de integração setorial porque reflete o que o Brasil precisa, é descentralizado, coordenado e é bom para o Brasil que é vasto. A desconcentração e a coordenação são fundamentais para desenvolver grandes regiões. O SUS pode ser copiado em muitas outras atividades - como no setor supermercadista - e foi o esteio do Brasil na pandemia de coronavírus. As políticas públicas podem copiar o complexo da Saúde. Tem-se que pensar grande. A pandemia trouxe o protagonismo para a saúde e deixou lições: a economia tem que dialogar com a saúde, porque saúde também é economia. É o complexo econômico da Saúde que emprega muita gente, é extensivo em trabalho, e é um excelente exemplo para olhar o país, ou região como um todo, como o desenvolvimento de ações direcionadas a setores empresariais diversos, aproveitando-se das novas tecnologias digitais.
A produção de genéricos está no interior, produzindo para o mercado nacional e internacional. É emprego, economia e desenvolvimento regional, e serve como exemplo para muitos segmentos produtivos que estão atrasados e desintegrados. Temos a economia nacional regionalmente localizada e a integração produtiva do Brasil tem que chegar à era digital deste século 21 com o G5 e as Cidades Digitais e Inteligentes que regionalmente se destacam como: Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Londrina, Maringá, Apucarana e Arapongas. A integração produtiva exige novo aporte de planejamento, com tudo por fazer. Os empresários e entidades representativas de todos os segmentos são importantes e precisam entrar no diálogo para uma nova sociedade, dialogando com cientistas e pensadores, que se interessam por uma sociedade inclusiva, com comitês e subcomitês regionais. Quando a sociedade se reconhece, o carro do crescimento e do desenvolvimento anda para frente. Muitos desafios estão para serem enfrentados, é o “ir de um ponto ao outro” que precisa de um novo olhar de integração local/regional.
Neste novo normal, acabam-se as restrições de locomoção, com potencial de forte desenvolvimento da economia criativa, importantes neste século XXI. O turismo emprega muita gente, e é outro exemplo de setor que pode amplamente colaborar com o novo processo de crescimento e desenvolvimento econômico. A economia empresarial criativa é o grande debate do século XXI. Algumas regiões apresentam grandes potencializadas pelos avanços digitais, trabalhadas em novas bases onde o ativo principal são as parcerias; basta tratar bem a natureza e o meio ambiente, que a preservação e a economia fazem um diálogo responsável. A biodiversidade deve ser explorada adequadamente de forma responsável e inteligente, com conhecimento e investimento, explorando-se as novas bases digitais, para novos aportes econômicos setoriais e regionais.
Na integração com o mundo, tem-se que considerar a integração nacional, sem privilegiar regiões antigas já integradas. O subdesenvolvimento está aí para todos verem, e exige pensar de novo, com nova inserção no mundo. Tem gente que partiu na frente e tem outros que não partiram até hoje. O mundo está mudando bem na nossa frente, por meio dos novos aportes tecnológicos, exige-se outro processo. O conceito histórico e estrutural é válido, mas, não se deve jogar fora a criança com a água do banho. O novo deve conviver harmonicamente com o antigo. Temos, entretanto, que reler isso em novas perspectivas. As ligações do aparato de Ciência, Tecnologia e Inovação continuam sendo desafiadoras. Nessa área avançamos, mas para chegar à economia real tem-se que avançar do conhecimento à patente, e nisso tem-se que avançar, valorizando-se produtividade e a vida das pessoas. Mas a Ciência, Tecnologia e Inovação têm avançado e as Universidades têm oferecido importantes respostas na formação de gente preparada; temos que preservar as conquistas e valorizar essa área.
Por enquanto, ainda estamos no campo da interação e menos no da integração. O passo seguinte é fortalecer as bases, com os novos aportes das Cidades Digitais e Inteligentes e integrar macro e micro regiões, com planejamentos integrados, interagindo as cadeias produtivas com as novas e atuais bases tecnológicas e os diversos setores, contemplando as aspirações regionais e o que elas têm de melhor. Precisamos colocar os pés no chão, sermos realistas e esperançosos para sobreviver. Não é hora de desistir. O povo, esperançoso por dias melhores, segue com fé acreditando.
Por Paulo Cruz.