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Valor Bruto da Produção Agropecuária soma R$ 7,4 bilhões na região

Apucarana detém o maior faturamento individual da região, com R$ 752,5 milhões, liderado pela avicultura de corte

Cindy Santos

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Avicultura de corte faturou R$ 322,3 milhões com o abate de 22,2 milhões de aves, em Apucarana
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Avicultura de corte faturou R$ 322,3 milhões com o abate de 22,2 milhões de aves, em Apucarana
Escrito por Cindy Santos
Publicado em 07.09.2025, 07:45:16 Editado em 07.09.2025, 07:45:09
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O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) da região somou R$ 7,4 bilhões em 2024, segundo relatório final publicado pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). Os números, entretanto, representam uma queda de 4% em relação ao VBP de 2023, que atingiu R$ 7,7 bilhões.

- LEIA MAIS: Apucarana e Arapongas têm potencial de consumo acima de R$ 12 bilhões

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Apucarana detém o maior VBP individual da região, com R$ 752,5 milhões, liderado pela avicultura de corte. Conforme o relatório, o faturamento bruto do setor atingiu R$ 322,3 milhões com o abate de 22,2 milhões de aves. A soja é outro destaque no município com a produção de 78,7 mil toneladas que geraram R$ 154,8 milhões em receita no campo, seguida pelo milho (R$ 68 milhões) e café (R$ 49 milhões). Em comparação com o ano passado, o valor aumentou 2%.

Em Marilândia do Sul, o agronegócio movimentou R$ 646,9 milhões sobretudo com a produção de soja que atingiu R$ 155,2 milhões com a colheita de R$ 78,2 mil toneladas do grão. O cultivo de cenoura é outro gerador de riqueza no município, considerado a capital produtora do legume no Paraná. Foram mais de 48 mil toneladas de cenoura colhidas no ano passado, que renderam mais de R$ 120 milhões para os agricultores. Em comparação com o VBP anterior, houve queda de 7%.

O terceiro maior valor obtido com a produção agropecuária é de Arapongas, com R$ 584,5 milhões. O segmento ovos para consumo lidera o VBP do município que no ano passado comercializou 36,2 milhões de dúzias com lucro de R$ 160,5 milhões, seguido pela soja (R$ 135 milhões) e o frango de corte (R$ 107,4 milhões). Em relação ao ano anterior, entretanto, o VBP de Arapongas registrou queda de 7,9%.

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No geral, o relatório mostra que o valor da produção caiu em 17 municípios da região e aumentou em 11. A maior redução foi em Kaloré que passou de R$ 215,6 milhões para R$ 160,4 milhões, queda de 26%. Rosário do Ivaí teve o maior aumento percentual, passando de R$ 142,1 milhões para R$ 199,2 milhões, alta de 40%.

QUEDA

Segundo o técnico Adriano Nunomura, do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo Regional de Apucarana, a principal razão para a redução dos valores do VBP foram as condições climáticas extremas e adversas registradas em 2024. “Em 2023 tivemos condições climáticas muito favoráveis, o que resultou em altos rendimentos médios para culturas de verão, como soja e milho, e, consequentemente, uma excelente produção”, explica.

Contudo, no ano passado a seca e o calor excessivo afetaram as culturas de inverno, como o trigo, e também reduziram o potencial produtivo de outras culturas agrícolas, incluindo frutas e hortaliças, explica Nunomura. “A falta de chuvas foi um fator decisivo para a redução da produção no campo em 2024”, analisa.

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Os preços médios das commodities em 2024 também foram menores em relação ao ano anterior. “O preço médio da soja caiu de R$ 134 em 2023 para R$ 118 em 2024. Considerando que a soja é uma das principais culturas em termos de valor na maioria dos municípios, essa diferença de preço teve um impacto significativo no VBP”, analisa.

Para este ano, a expectativa é de aumento no rendimento geral das culturas de verão. “No inverno tivemos geadas, mas a produção não deve ter grandes reduções, pois as lavouras que não foram prejudicadas compensaram de certa forma os danos das áreas atingidas”, adianta o técnico.

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PILAR ESSENCIAL DA ECONOMIA

O economista Paulo Cruz, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus Apucarana, analisa que, mesmo com uma queda de 4% no Valor Bruto da Produção (VBP) regional, o agronegócio continua sendo o pilar essencial da economia.

"O agronegócio é fundamental por várias razões. Ele não só garante a segurança alimentar, como também contribui para o equilíbrio da balança de pagamentos por meio das exportações. O setor também impulsiona o desenvolvimento de máquinas e equipamentos e representa, em média, 15% da mão de obra ocupada na região. Sendo assim, o agronegócio segue sendo extremamente representativo", assinala.

O professor também comenta sobre o recente plano do governo para a recuperação da agricultura. "O plano recém-anunciado pelo governo visa recolocar o setor em um novo patamar. Ele busca auxiliar micro, pequenos e médios produtores que precisam renegociar suas dívidas, disponibilizando recursos para aqueles que sofreram perdas nos últimos cinco anos. A concessão de crédito, com um ano de carência e nove anos de prazo, permitirá que os agentes econômicos do agronegócio se planejem a longo prazo, o que deve contribuir para a estabilidade dos preços dos alimentos", analisa.

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