Febre no mundo todo, o uso dos drones, equipamento capaz de captar imagens do alto nunca antes imaginadas, está cada vez mais comum nas mais diversas áreas. Para se ter uma ideia, em 2020, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) registrou 51.487 drones em todo o Paraná, número que subiu para 66.815 no ano passado, um aumento de quase 30%. Neste ano a agência já contabiliza 12.053 registros no Estado. Febre entre empresas de fotografia para registrar diferentes imagens de eventos, a máquina já ganhou lugar na área da segurança, engenharia, agricultura e muitas outras. Com preços partindo de R$ 2,5 mil podendo a chegar a valores de até R$ 150 mil, profissionais da região que utilizam o equipamento garantem que o investimento tem retorno garantido.
O agrônomo Alef Igor Graneiro, de Arapongas, é um destes profissionais. Ele atende municípios de toda a região realizando a cartografia de propriedades, demarcando áreas e fazendo georreferenciamento. Ele conta que utiliza o drone há 4 anos e o equipamento revolucionou o trabalho. “Antes do drone, usava apenas o GPS, eu precisava percorrer todos os vértices da propriedade, inclusive entrando em matas e rios. Agora, com o drone, eu consigo fazer tudo isso com plano de voo, pois cada imagem dele é localizada. Antes demorava um dia inteiro para fazer este trabalho, hoje consigo realiza-lo em 15 minutos, isso aumentou meu faturamento pois consigo trabalhar muito mais”, explicou.
O drone também já é um parceiro na agricultura. De acordo com o estudante de agronomia e piloto de drone Nicolas Victor Delfino, o uso da máquina é cada vez mais comum no campo para pulverização das lavouras. “São muitas as vantagens do uso dos drones para este trabalho. Primeiramente a tecnologia que é presente no equipamento fornece a possibilidade fazer o mapeamento de todo o terreno de maneira mais precisa. Em relação à aplicação em si, ele trabalha em áreas de mais difíceis acessos, elimina todo o amassamento da cultura, pois não é mais usado um implemento agrícola terrestre. As gotas de pulverização são bem menores e mais concentradas, pois o drone trabalha numa vazão bem mais baixa em comparação aos pulverizadores. Ou seja, representa economia tanto nos insumos quanto na lavoura”, considerou o piloto.
Outra área que tem aproveitado a tecnologia dos drones é a segurança pública. Em Arapongas, o equipamento é utilizado pela Guarda Municipal desde 2021, com o objetivo de otimizar o trabalho de monitoramento de crimes, como explica o secretário municipal Paulo Sergio Argati.
“Usamos o drone para apoiar eventos de grande porte como feiras e shows, além de utilizá-lo em blitze de trânsito e em apoio à polícia civil, realizando levantamentos em locais de crimes. Apoiamos também outras secretarias do município, principalmente a de Meio Ambiente, para levantamentos de irregularidades. O uso deste equipamento traz muitos benefícios em relação à segurança da nossa cidade”, pontuou o secretário.
Equipamento revolucionou setor de eventos
Outra área que mudou completamente com a chegada dos drones foi a da cobertura de eventos. Paulo Henrique Cardoso é fotógrafo em Apucarana e conta que os equipamentos chegaram trazendo novidade e movimentando o setor, trazendo inúmeras possibilidades para a área. “Incialmente foi uma novidade fantástica, a gente só via imagens áreas em grandes produções de cinema e publicidade nacional. Trazer imagens áreas para eventos e vídeos empresariais foi um ótimo produto, e pude oferecer isso aos meus clientes. Os drones são fantásticos, ajudam em novos ângulos e tem uma linguagem mais próxima do cinema, mais qualidade final”, disse.
De acordo com Paulo Henrique, os drones são equipamentos que demandam um alto investimento, porém oferecem inúmeros recursos e benefícios no trabalho dele. “Meu primeiro drone eu comprei em 2015, era um modelo DJI Inspire One série profissional, na época o valor investido no equipamento foi de R$17.900”, contou o fotógrafo.
Rodrigo de Freitas é fotógrafo em Arapongas. Ele também aderiu ao uso de drones para eventos sociais, mas acabou abrindo um leque maior de trabalho, por conta do equipamento. “Foi um investimento necessário, já que meus clientes dos eventos sociais passaram a pedir imagens aéreas, mas isso nos abriu novas oportunidades de trabalho, hoje atendo indústrias, comércio, construção civil e ramo imobiliário. O drone realmente veio para somar nos negócios”, declarou.
Por, Aline Andrade
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