O Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus de Ivaiporã, realiza estudo com café cultivado em sistema agroflorestal e com variedades de mandioca adaptadas ao solo da região. Os experimentos fazem parte das atividades dos cursos de Engenharia Agronômica e Técnico em Agroecologia. A reportagem do TN Online visitou o campo experimental e acompanhou de perto os dois projetos.
Segundo o professor de Agronomia, Denis Santiago da Costa, docente de Produção Vegetal, os resultados obtidos até agora têm sido promissores e mostram o potencial de adoção das técnicas. “Nosso foco é oferecer soluções práticas e sustentáveis que possam ser replicadas no campo.” (fotos abaixo)
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Ele explica que o sistema agroflorestal com café foi implantado em 2023 como alternativa ao modelo convencional, que sofre com os efeitos das mudanças climáticas. “O café é uma planta que se desenvolve melhor com sombreamento e diversidade de espécies. O sistema agroflorestal cria um ambiente mais equilibrado, com economia de insumos e controle natural de pragas”, explicou o professor.
Denis destacou que, após as geadas recentes, a diferença entre os sistemas foi evidente. “Na lavoura convencional houve muita desfolha. No sistema agroflorestal, os danos foram mínimos.” A área também cultiva banana e outras frutíferas, o que garante mais renda e segurança ao produtor.
O modelo já desperta interesse entre agricultores da região. Adilson Bagio, produtor do Rio da Bulha, pretende implantar um hectare de agrofloresta em sua propriedade. “Hoje trabalho com soja, milho e trigo, mas vou separar uma área para o café com outras culturas. A agrofloresta parece oferecer uma estabilidade maior diante da seca e do excesso de chuva”, contou.
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Outro projeto em andamento no IFPR é o experimento de variedades de mandioca desenvolvidas pelo IDR-Paraná. As mudas estão sendo avaliadas quanto à adaptação ao solo argiloso da região. Também são observadas características das raízes, como tempo de cozimento e facilidade de descasque.
Os experimentos também envolvem a participação ativa dos estudantes, que acompanham desde o plantio até a análise dos dados. A estudante Lays Silva Dall Pra, do 9º período de Engenharia Agronômica, participa do experimento como parte do seu trabalho de conclusão de curso.
Segundo Lays, algumas variedades se adaptaram melhor ao solo local. “Tem mandioca que cozinha em 15 minutos, sem pressão, e com sabor adocicado, ótima para fazer coxinha. Identificamos cultivares que mesmo com o solo compacto se desenvolveram bem.”
Entre os materiais que se destacaram estão também cultivares de Cândido de Abreu, obtidas por meio de parceria com uma cooperativa. “Elas tiveram bom desempenho tanto no cozimento quanto no sabor e facilidade de descasque”, enfatizou a estudante.
Nesta primeira colheita, a produção será doada ao Lar dos Idosos, projetos sociais, ao Cras e à Apae de Ivaiporã. “Vamos continuar colhendo e as doações seguirão. É uma forma de compartilhar os resultados do projeto com a comunidade”, explica o professor Denis.
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