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Há 33 anos, vendaval matou 12 pessoas e feriu 200 em cidade do PR

Tragédia em Rio Bonito do Iguaçu faz moradores de Borrazópolis relembrarem tragédia ocorrida em 1992

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Há 33 anos, vendaval matou 12 pessoas e feriu 200 em cidade do PR
Autor Cenário de destruição em Borrapólis em 1992 - Foto: Arquivo/Jair Ferreira

O tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, no Sudoeste do Paraná, provocando cinco mortes e causando a destruição de 90% dos imóveis da cidade na última sexta-feira (7), trouxe à lembrança uma tragédia ainda maior para moradores de Borrazópolis, na região Norte do Estado. Há 33 anos, um vendaval deixou 12 mortes - incluindo uma bebê - e mais de 200 pessoas feridas no município, que hoje tem pouco mais de 7,7 mil habitantes.

-LEIA MAIS: Vídeo impressionante mostra chegada de tornado em Rio Bonito do Iguaçu (PR)

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Os moradores mais antigos não esquecem a data: 22 de maio de 1992. Um vendaval com ventos de mais de 100 quilômetros por hora, segundo estimativas feitas na época, quebrou postes e telhados, além de destruir casas inteiras.

Em 1992, os institutos de meteorologia não eram tão sofisticados como hoje. Não existia ainda o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que hoje é responsável pela previsão do tempo no Estado, e que foi criado em 1993. As primeiras estações meteorológicas do Simepar seria instaladas em 1997. Assim, o evento climático foi classificado como um forte vendaval, mas as características são parecidas com as registradas mais de três décadas depois em Rio Bonito do Iguaçu.

Dos 200 feridos, pelo menos 53 tiveram lesões graves e precisaram ser levados para hospitais da região. Mais de mil pessoas ficaram desabrigadas na oportunidade na cidade.

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A vida de quem viveu aquele dia mudou. Em entrevista recente ao TNOnline, a professora Tereza Domingues relembrou que aquele dia deixou uma grande cicatriz enorme. Ela perdeu sua filha, uma bebê ainda, no vendaval.

“Foi um momento trágico. Muito dolorido”, lembra a professora. Ela havia acabado de se mudar para a casa nova. Deixou os dois filhos em casa, com uma pessoa que trabalhava para ela, e voltou à residência antiga. O tempo, lembra, estava chuvoso no meio da tarde, depois de um dia abafado. “O tempo escureceu. As nuvens pareciam tocar o chão. A chuva era leve. De repente, muito barulho. Era como se fosse um trovão, mas constante”, conta. Era a cidade sendo varrida. “Foi tudo muito rápido, coisa de segundos”.

Ela atravessou a cidade em escombros e chegou até a residência. “Eu cheguei e não tinha mais casa. Sabia que algo havia acontecido com eles. A funcionária conseguiu tirar meu filho. A menina, não. Ela ficou. O ciclone passou e levou tudo. As paredes ficaram sobre ela”, relembra.

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  • Temporal destruiu Borrazópolis em 1992 1 de 4
    Foto: Temporal destruiu Borrazópolis em 1992 Autor: Arquivo TN
  • Há 33 anos, vendaval matou 12 pessoas e feriu 200 em cidade do PR 2 de 4
    Foto: Autor: Arquivo/TN
  • Há 33 anos, vendaval matou 12 pessoas e feriu 200 em cidade do PR 3 de 4
    Foto: Autor: Arquivo/TN
  • Há 33 anos, vendaval matou 12 pessoas e feriu 200 em cidade do PR 4 de 4
    Foto: Autor: Arquivo/TN


Quem também tem história de morte nas lembranças daquele dia é o ex-prefeito Dalton Moreira, que tinha 21 anos na época e trabalhava num escritório de contabilidade. Ele perdeu o tio, João Antônio Moreira, que era funcionário da prefeitura e havia sido vereador em dois mandatos, nas décadas de 1970 e de 1980.

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O prefeito lembra que o tio recebeu notícias de que a rua onde estavam seus dois netos havia sido toda destruída pelo vento. João Moreira se alterou muito pela preocupação com os netos, que estavam bem. Mas ele precisou de ajuda. No hospital, não resistiu a um infarto.

Dalton conta que o vento estourou a porta do escritório assim que ele a trancou, por causa do vento forte. Ele lembra do barulho e da confusão, tudo muito rápido. Quando o pior passou, uma mulher, na rua, disse a ele que a praça estava destruída e que havia gente morta na avenida Paraná.

“Aí vem o susto. As pessoas em pânico, as notícias sobre a gravidade das coisas. Fui ver o que tinha acontecido com meu pai, que tinha um bar. Na praça, vi a destruição e entendi a gravidade. A rodoviária sem telhado, vidros quebrados. A Avenida Paraná em caos”, lembra. O pai estava bem. O bar estava inteiro e só uns problemas no telhado. Fecharam o local e foram para casa, onde informaram que o tio havia enfartado. “Fui ao hospital. Quando cheguei lá, cheio de gente ferida, me disseram que meu tio havia morrido”, conta.

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Israel Rodrigues Pereira, o Polako da Autopeças, como é conhecido, é outro que contou ao TNOnline lembranças daquele dia.“Foi muito barulho, tudo rápido demais. Estava com um amigo e o cunhado. Baixamos a porta e os vidros começaram a estourar. 30, 40 segundos e destruiu tudo. O barulho era ensurdecedor”, lembra. O assunto dominou o noticiário da época, com passagem ao vivo do Jornal Nacional com um link de Borrazópolis.


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