O café produzido em Jacutinga, distrito de Ivaiporã, no Vale do Ivaí, está em processo para conquistar o selo de Indicação Geográfica (IG). A certificação reconhece produtos com qualidades ligadas diretamente à sua origem. Com isso, o café local ganha destaque e abre portas para novos mercados. No Brasil, o registro de IG é concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Hoje, o Paraná conta com 16 produtos com indicação geográfica, como o café do Norte Pioneiro, o mel de Ortigueira e o queijo de Witmarsum. A IG valoriza características únicas, como clima, solo e tradição de cultivo, que não podem ser replicadas em outras regiões.
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Na propriedade da família Ravar, a tradição no cultivo do café atravessa gerações. Douglas Eduardo Ravar, junto com o pai Arcindo Ravar e o irmão Lucas, acompanha de perto o processo. “Essa indicação geográfica é importante para agregar valor ao nosso produto e reconhecer a qualidade do café da nossa região”, afirma.
Douglas destaca que Jacutinga já tem um histórico de valorização na produção cafeeira. “A gente trabalha com cafés especiais. Já mandamos para Santa Catarina, São Paulo, Curitiba. Isso mostra que há mercado e que o nosso café tem potencial.”
A família cultiva cerca de 18 mil pés de café em 5,5 hectares. Além disso, realiza todo o processo na propriedade, desde o plantio até o envase. “Temos uma pequena agroindústria. Fazemos a torra e vendemos direto ao consumidor”, conta.
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No caso de Jacutinga, o pedido para obtenção do selo partiu da própria comunidade. A iniciativa foi da Associação da Agricultura Familiar do distrito, que deu o primeiro passo. Em seguida, a Prefeitura de Ivaiporã e o Sebrae se uniram como parceiros para viabilizar a documentação e as pesquisas exigidas pelo processo.
O secretário municipal de Agricultura, Valdemir de Paula Barbosa, o Miro, destaca a importância da certificação. “A indicação geográfica é um selo de qualidade. Mostra que o café do Jacutinga tem origem comprovada e padrão elevado”, afirma. Segundo ele, o reconhecimento fortalece a reputação do produto e pode ampliar sua comercialização em todo o Brasil e até no exterior.
Miro também ressalta o trabalho de resgate histórico que está sendo feito para embasar o pedido de registro. “Estamos resgatando a história do café da região. São fotos, reportagens antigas, entrevistas e até notas fiscais dos produtores”, conta.
Ele lembra que o café de Jacutinga já foi premiado e é referência em qualidade. “Agora, precisamos transformar esse reconhecimento em selo. E, com isso, mostrar ao Brasil o valor do nosso produto”. A expectativa é que o selo estimule ainda mais a profissionalização dos cafeicultores “e torne o produto ainda mais competitivo”, completa Miro.
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