Bolsa Cuidador inicia pagamentos em Ivaiporã: "Dinheiro veio na hora certa"
Quinze pessoas se cadastraram na cidade, mas apenas quatro foram selecionadas por atender todos os critérios
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Ivaiporã é um dos 20 municípios paranaenses contemplados na primeira fase do programa Bolsa Cuidador Familiar. A iniciativa tem como objetivo valorizar o trabalho de cuidadores de pessoas idosas e pessoas dependentes de cuidados de longo prazo. A legislação integra o programa Paraná Amigo da Pessoa Idosa e garante condições para assegurar recursos financeiros a familiares responsáveis pelo cuidado diário.
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A Bolsa Cuidador Familiar no Paraná paga meio salário mínimo a familiares que cuidam de idosos dependentes. Em Ivaiporã, quatro pessoas começaram a receber o benefício em dezembro.
No Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Ivaiporã, a assistente social Jéssica Anali da Silva, responsável local pelo programa, explica que a iniciativa apoia quem precisou sair do mercado de trabalho para cuidar de idosos com saúde fragilizada, mantendo o atendimento em casa.
O valor corresponde a um benefício mensal de R$ 759 em 2025, pago por até 24 meses, direto na conta do cuidador, sob coordenação da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi).
Segundo Jéssica, o programa foi lançado oficialmente em novembro de 2025, após testes em alguns municípios. Os pagamentos começaram em dezembro. Em Ivaiporã, 15 cuidadores se cadastraram, mas apenas quatro famílias atenderam todos os critérios e receberam o auxílio.
Para receber a Bolsa Cuidador Familiar, o cuidador precisa ser familiar direto do idoso e morar na mesma residência. Além disso, cuidador e idoso devem estar no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais), com renda familiar per capita de até um salário mínimo. “Esse apoio faz diferença no dia a dia, porque ajuda a garantir o básico e dá mais tranquilidade para quem cuida em tempo integral”, destaca Jéssica.
Uma das beneficiadas é Neuza dos Santos, de 53 anos, que cuida do marido, de 69, acamado após três derrames sofridos há oito anos. Antes da doença, ele trabalhava em uma serraria. Neuza atuava como diarista, mas precisou abandonar o trabalho para se dedicar integralmente aos cuidados.
Hoje, a família vive apenas da aposentadoria do marido. Além disso, Neuza também cuida de três netos. “O dinheiro ajuda com remédios, fraldas, alimentação especial e contas da casa. Quando recebi pela primeira vez, chorei. Foi um presente de Deus. Chegou na hora certa”, relata a cuidadora.
Segundo Neuza, ela recebeu o primeiro pagamento no dia 19. “Deu uma desafogada boa. Se Deus quiser, não vamos mais passar necessidade.”
A implementação do programa Bolsa Cuidador Familiar ocorre de forma gradual, a partir de um projeto-piloto. São 20 cidades contempladas: Toledo, Francisco Beltrão, União da Vitória, Cianorte, Irati, Ivaiporã, Dois Vizinhos, Cascavel, São Mateus do Sul, Palmeira, Araucária, Ponta Grossa, Marialva, Londrina, Marechal Cândido Rondon, Prudentópolis, Guarapuava, Guaratuba, Colombo e Pato Branco.
A diretora de Políticas Públicas para a Pessoa Idosa da Semipi e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, Larissa Marsolik, ressaltou que a Bolsa Cuidador Familiar reconhece e valoriza quem dedica a vida ao cuidado diário de pessoas idosas.
“É uma forma de reconhecer o esforço e a dedicação de familiares, muitas vezes mulheres, que assumem integralmente o cuidado. O programa qualifica o atendimento, evita a institucionalização e reforça o compromisso do Estado com a proteção da pessoa idosa. O programa qualifica o atendimento, evita a institucionalização e fortalece a política pública de proteção à pessoa idosa no Paraná”, afirmou.
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