Após anos de estiagem, chuva e alta no preço do café animam produtores
A valorização do produto, atualmente em torno de R$ 2.300 por saca de 60 quilos de café beneficiado, é atribuída a fatores climáticos
Após anos de estiagem, chuva e alta no preço do café animam produtores - Foto: TN OnlineOs produtores de café do Vale do Ivaí estão otimistas com os preços em alta e uma safra que promete ser maior neste ano. A valorização do produto, atualmente em torno de R$ 2.300 por saca de 60 quilos de café beneficiado, é atribuída a fatores climáticos, como a seca que afetou as atividades nos últimos anos no Brasil e no exterior, além da alta do dólar.
Ricardo Brentan, produtor rural e técnico agrícola da Prefeitura de Lidianópolis, responsável pelo viveiro de mudas de café, afirmou que a alta nos preços tem sido uma oportunidade para os produtores compensarem os prejuízos acumulados em anos anteriores.
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“Tivemos muita estiagem em 2021, 2022 e no ano passado. Este ano, graças a Deus, está chovendo mais. Os galhos estão mais carregados, e acredito em uma produtividade superior à de 2024, também com uma qualidade melhor”, disse Bretan, que relatou ainda que durante o período de formação dos grãos, tudo correu conforme o esperado. “Isso traz otimismo para os produtores e alivia a situação que estávamos enfrentando”.
Com o cenário positivo motivando os agricultores a expandirem as áreas de plantio, o Viveiro Municipal de Lidianópolis aumentou a produção para 55 mil mudas neste ano. Em 2024, foram produzidas e entregues 40 mil mudas. “Muitos produtores estão aproveitando o momento para investir em novas áreas de cultivo, especialmente em variedades resistentes a doenças, como o IPR-100 e o IPR-106”, afirmou Brentan.
Brentan, que também é produtor rural, cultiva 4 hectares de café na propriedade da família, dos quais 3 já estão em produção. Ele espera colher entre 45 e 50 sacas de café beneficiado por hectare, acima da média regional, que varia de 30 a 45 sacas por hectare.
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Ele atribui os bons resultados ao manejo técnico, incluindo análise de solo para correção de nutrientes e uso de adubação verde. “Hoje, enfrentamos deficiência hídrica, às vezes falta chuva, o que deixa o solo seco. Por isso, trabalhamos com adubação verde, como a mucuna, para reter o máximo de água no solo”, explicou.
Apesar do otimismo, Brentan alerta que os preços do café dependem das condições climáticas em Minas Gerais, maior produtor nacional. “Se o clima lá for favorável, os preços podem cair um pouquinho. Mas, por enquanto, a expectativa é que o valor permaneça nesse patamar, pelo menos por mais um ano.”
Viveiro Municipal de Lidianópolis
Desde 2017, o Viveiro Municipal, localizado na Vila Rural, tem sido uma peça-chave no desenvolvimento da agricultura local. Além de fortalecer a economia, o projeto promove a integração entre produtores e o poder público.
A produção das mudas ocorre de forma colaborativa: os produtores entram com a mão de obra, e a prefeitura fornece insumos, materiais, espaço e irrigação. “Os produtores vêm aqui, ajudam nos tratos culturais e participam de todas as etapas. É um trabalho em conjunto”, afirmou Brentan.
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