Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Revista UAU!

publicidade
REPERCUSSÃO

Entidades vão à Justiça contra Nelson Piquet por comentários racistas

A ação enviada ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal pede uma indenização de R$ 10 milhões, além de nota com pedido público de desculpas

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

O ex-piloto se isentou da conotação racial do termo, alegando que a palavra é usada de forma coloquial
Icone Camera Foto por Reprodução/TV Tem
O ex-piloto se isentou da conotação racial do termo, alegando que a palavra é usada de forma coloquial

Nesta segunda-feira (04), entidades de defesa dos direitos humanos acionaram a Justiça do Distrito Federal contra o ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. O motivo é um vídeo publicado pelo portal Grande Prêmio, onde ele usou o termo racista "neguinho" para se referir ao piloto Lewis Hamilton, fez um comentário homofóbico e, ainda, ofendeu os competidores Keke e Nico Rosberg.

publicidade
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

"O Keke? Era uma b... Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico), ganhou um campeonato, o neguinho (Hamilton) devia estar "dando mais c..." naquela época e estava meio ruim", disse Piquet.

A ação das entidades, apresentadas ao Tribunal de Justiça, pede uma indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos e danos sociais. Em um comunicado divulgado quando as declarações preconceituosas viralizaram na mídia, Piquet afirmou que as falas foram "mal pensadas". O ex-piloto se isentou da conotação racial do termo, alegando que a palavra é usada de forma coloquial na Língua Portuguesa.

publicidade


Ação na Justiça

A ação apresentada ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal é de iniciativa da associação Educafro, do Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese São Paulo e da Aliança Nacional LGBTI+. Segundo os autores, Piquet, "líder e expoente do esporte brasileiro, em manifestação explícita de racismo e de homofobia, violou a um só tempo o direito fundamental difuso à honra da população negra e da comunidade LGBTQIA+".

publicidade

Para as entidades, as declarações não se restringem apenas a Lewis Hamilton, mas ferem "o direito de toda a sociedade de não se ver afrontada por ações dessa natureza, que ofendem a generalidade das pessoas, gerando repulsa e indignação, o que leva à necessária aplicação do dever de reparar o dano moral perpetrado contra todos, indistintamente, pela via da grave violação de valores fundamentais historicamente conquistados".

"O ex-piloto brasileiro que vociferou publicamente as aviltantes injúrias raciais e homofóbicas é personalidade pública, tricampeão de Fórmula 1, portanto é de se presumir o impacto causado em todos aqueles que assistiram ao vídeo, especialmente os de etnia negra e os membros da comunidade LGBTQIA+, sabedores da amplitude e da gravidade das ofensas perpetradas pelo réu", diz a ação.

Além da indenização de R$ 10 milhões, os autores pedem que Nelson Piquet seja condenado a publicar uma nota, em todas as redes sociais, com pedido público de desculpas, "reconhecendo o erro de fazer alusão racista a qualquer pessoa" e "retratando-se das afirmações racistas e homofóbicas". Solicitam, ainda, que ele seja condenado a pagar multa de R$ 100 mil em caso de reiteração da conduta, em qualquer espaço digital.

publicidade


Repercussão

publicidade

Após a repercussão dos comentários, a Federação Internacional do Automobilismo (FIA), a F1 e a Fórmula E emitiram notas em repúdio à fala do ex-piloto.

Além da Mercedes, equipe de Lewis Hamilton, as montadoras Alpine, McLaren, Aston Martin e Ferrari também prestaram apoio ao britânico, bem como seu colega de equipe George Russell e os rivais Charles Leclerc, Carlos Sainz, Lando Norris, Daniel Ricciardo e Esteban Ocon.

A F1 ainda decidiu banir o tricampeão do paddock – espaço que abriga convidados nas corridas – de todas as etapas, segundo a imprensa britânica. Piquet também foi suspenso do Clube de Pilotos Britânicos, que reúne nomes proeminentes do esporte a motor e do qual ele fazia parte como membro honorário – e Hamilton também é participante.

publicidade


O que diz Nelson Piquet

À época em que o uso do termo racista veio à tona, Nelson Piquet emitiu um comunicado. Veja a íntegra:

publicidade

"Gostaria de esclarecer as histórias que circulam na mídia sobre um comentário que fiz em uma entrevista no ano passado.

O que eu disse foi mal pensado, e não defendo isso, mas vou esclarecer que o termo usado é aquele que tem sido amplamente e historicamente usado coloquialmente no português brasileiro como sinônimo de 'cara' ou 'pessoa' e foi nunca teve a intenção de ofender.

Eu nunca usaria a palavra da qual fui acusado em algumas traduções. Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele.

Peço desculpas de todo o coração a todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um piloto incrível, mas a tradução em algumas mídias que agora circulam nas redes sociais não está correta. A discriminação não tem lugar na F1 ou na sociedade e estou feliz em esclarecer meus pensamentos a esse respeito."


Fonte: Informações do g1.

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Revista UAU!

publicidade

Mais lidas no TNOnline

Últimas do TNOnline