Vale se mobiliza por nova ponte no Rio Ivaí

As associações comerciais e prefeituras de cinco municípios da região iniciaram uma mobilização para reivindicar a construção de uma nova ponte sobre o Rio Ivaí. O movimento, que envolve Ivaiporã, Jardim Alegre, Grandes Rios, Rosário do Ivaí e Rio Branco do Ivaí, iniciou coleta de assinaturas em abaixo-assinado. No próximo dia 9, também acontece uma grande mobilização dos moradores na Balsa do Marolo, na divisa entre Jardim Alegre e Grandes Rios, onde é reivindicada a construção da ponte. 

A distância entre Jardim Alegre e Grandes Rios é de apenas 21 quilômetros via estrada de chão pela balsa. Pela rodovia asfaltada, passando pela ponte do Porto Ubá, a distância entre os municípios aumenta para 75 quilômetros. A construção da ponte também encurtaria as distâncias com Ivaiporã, que é cidade polo administrativa e concentra sedes regionais do Governo do Estado e alguns órgãos do Governo Federal. 

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Mauro Merigue presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Ivaiporã (Acisi) relata que a construção é uma reivindicação antiga que nunca foi levada a sério. “Há muitos anos já se pede a construção da ponte através de deputados, mas isso nunca andou.  Não andou porque não existia interesse de ninguém e não houve um movimento muito forte. Então o Conselho de Desenvolvimento (de Ivaiporã) começou a conversar com lideranças políticas, dentre elas o ex-prefeito Carlos Gil, com os prefeitos de Ivaiporã e Jardim Alegre e propusemos uma reunião com o pessoal do outro lado do rio”, comenta.

A primeira reunião de mobilização aconteceu há duas semanas em Grandes Rios. “Nós precisávamos ouvir as pessoas do lado de lá do rio. Conversamos com o Toninho Santiago (prefeito de Grandes Rios) os vereadores e lideranças. Eles nos receberam muito bem, gostaram e abraçaram a ideia. Agora estamos fazendo os abaixo-assinados e no dia 9 de novembro vamos fazer um movimento lá na barranca do rio. Vamos ver se conseguimos trazer o maior número de deputados para juntar forças e quem sabe conseguir até a presença do governador Ratinho Junior”, comenta.  

DESENVOLVIMENTO

A construção da ponte é apontada pelo prefeito de Jardim Alegre, José Roberto Furlan, como alternativa não só para facilitar o deslocamento dos cidadãos: “mas também para impulsionar a economia de toda região e para ligar o centro do Paraná. Nós vamos ficar mais próximos, quem percorria 75 quilômetros vai ter que andar só 25 quilômetros beneficiando também os negócios entre as cidades”.

Para o prefeito de Ivaiporã, Miguel Amaral, a integração regional, além de atender os mais de 70 mil habitantes das duas regiões, indiretamente melhora também o transporte do Estado. “A discussão é a construção da ponte em primeiro lugar, mas a discussão também deverá ser estendida para a pavimentação asfáltica da rodovia que liga Rosário do Ivaí até Ortigueira. Essa ligação nos daria muitos ganhos, encurtando a distância até a capital. Quando isso for feito vai melhorar ainda mais o escoamento da safra, as terras serão valorizadas e o comércio de todas as cidades ganharão”.

População adere a abaixo assinado

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O lançamento do abaixo-assinado para reivindicar a obra teve início no último final de semana. Em Ivaiporã a campanha iniciou na Praça Manoel Teodoro da Rocha e se estendeu pelo comércio da cidade, com os voluntários passando de porta em porta. 

A assistente social Telma Cristina Gouveia Passarini, que mora em Ivaiporã e trabalha em Rio Branco do Ivaí, foi uma das primeiras a assinar o documento. Todas as semanas ela faz o trajeto de 116 quilômetros para poder trabalhar. “Quando aqui por dentro seria uns 60, no máximo 70 quilômetros. Vai melhorar muito porque o pessoal de lá vem muito para Ivaiporã. Eles vêm para tratar da questão de médicos, bancos. Tem também o pessoal que faz faculdade aqui, a ponte será uma maravilha”.

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O agricultor e empresário Messias Luiz Batista assinou o abaixo-assinado em Jardim Alegre, onde ele foi prefeito entre 1977 a 1983. “A gente já conhece essa história há muito tempo, inclusive, já ajudou eleger governador e deputados, mas nunca esse projeto saiu do papel.  Antes eram promessas eleitoreiras que não foram cumpridas, agora é um pedido da comunidade”. 

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O sonho de Ana Rita Penha, que mora há 60 anos no distrito de Barra Preta, é ver a região movimentada novamente. “Era bem movimentado de carros, chegou a ter linha de ônibus. Mas, depois de que saiu o asfalto (Rodovia PR-466) as empresas deixaram de fazer essa linha e a região foi ficando esquecida”.