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TJSP autoriza Unesp a manter procuradores jurídicos contratados sem concurso

O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou a ação movida pelo Ministério Público do Estado para obrigar a Universidade Estadual Paulista (Unesp) a exonerar todos os procuradores jurídicos contratados sem concurso público. A decisão é da 12.ª Câmara de D

Rayssa Motta e Fausto Macedo (via Agência Estado)

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Escrito por Rayssa Motta e Fausto Macedo (via Agência Estado)
Publicado em 26.08.2025, 15:54:00 Editado em 26.08.2025, 15:58:28
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O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou a ação movida pelo Ministério Público do Estado para obrigar a Universidade Estadual Paulista (Unesp) a exonerar todos os procuradores jurídicos contratados sem concurso público.

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A decisão é da 12.ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para a maioria dos desembargadores, os serviços de consultoria jurídica prestados pelos procuradores se enquadram como assessoramento, o que permite a contratação sem concurso.

A Constituição obriga que as contratações na administração pública sejam feitas por concurso, exceto para funções de direção, chefia e assessoramento, quando é permitida a admissão por nomeação.

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O desembargador Edson Ferreira da Silva defendeu no voto que a atuação dos procuradores jurídicos é predominantemente na área administrativa interna, de assessoria aos gestores da universidade, para orientar, por exemplo, sobre a regularidades de atos administrativos.

"Assim, é razoável que tais gestores busquem assessoria jurídica que melhor atenda às suas diretrizes de gestão administrativa, a tempo e modo, e que tenham a liberdade de substituírem a qualquer tempo os procuradores que, a seu juízo, não correspondam às suas expectativas", defendeu Silva.

Outras universidades, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade de São Paulo (USP) contratam os procuradores jurídicos por concurso.

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O Ministério Público de São Paulo, por meio da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, pedia na ação a exoneração de todos os procuradores comissionados e a devolução dos salários que eles receberam desde o início da tramitação do processo.

O processo é desdobramento de uma investigação sobre o regime de contratação dos procuradores jurídicos na Unesp. Além de serem nomeados para cargos de confiança, eles recebem remunerações brutas acima do teto do funcionalismo. O valor excedente do teto, segundo a universidade, fica retido.

A apuração também revelou um caso de nepotismo. A advogada Cristiane Gomes Carrijo Andrade, filha do assessor especial José Afonso Carrijo Andrade, que trabalhou no gabinete da reitoria, atua como procuradora jurídica da universidade.

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Depois de receber uma notificação do Ministério Público, em 2022, a Unesp chegou a editar uma resolução para tentar resolver a situação. A universidade decidiu manter os procuradores jurídicos contratados nos cargos comissionados, mas criou a carreira de "advogados", com as mesmas funções técnicas e previsão de concurso público.

O desembargador Souza Meirelles foi o único que votou para obrigar a Unesp a exonerar todos os procuradores jurídicos em cargos comissionados e a convocar candidatos aprovados em concurso.

O magistrado defendeu que a autonomia das universidades não é absoluta para alterar o regime de contratação dos servidores. Também argumentou que toda a advocacia pública é contratada por concurso para serviços de consultoria, assessoramento jurídico e representação de entes públicos. "O que não pode ser confundido ou exercido por outros cargos de nomeação", defendeu.

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