Senado dos EUA aprova texto contra tarifas de Trump ao Brasil

O Senado dos Estados Unidos, de maioria republicana, aprovou nesta terça-feira (28) uma legislação que anula as tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump contra o Brasil. A medida foi aprovada em uma votação apertada, por 52 a 48.

-LEIA MAIS: Confira os falecimentos desta quarta-feira (29) em Apucarana

O texto segue agora para a Câmara dos Deputados, também controlada pelos republicanos. A expectativa, contudo, é que a proposta seja arquivada na Casa. Deputados republicanos têm bloqueado sistematicamente votações para reverter as sobretaxas comerciais impostas por Trump.

As tarifas contra o Brasil foram implementadas após Trump declarar emergência nacional em julho. A justificativa do presidente foi uma retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, entre outras acusações.

Na votação desta terça, cinco senadores republicanos se juntaram aos democratas para aprovar a anulação das tarifas. Este foi o primeiro de três projetos sobre o tema previstos para votação no Senado nesta semana.

Os democratas no Senado alegam que Trump utilizou "declarações de emergência falsas" para justificar suas barreiras comerciais e prometeram forçar votações repetidas para tentar desfazê-las.

O decreto original de Trump acusava o Brasil de ameaçar a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA, além de "perseguir politicamente" Bolsonaro. Autoridades brasileiras, em contraponto, citam um superávit comercial de US$ 410 bilhões dos EUA com o Brasil ao longo dos últimos 15 anos.

A votação no Senado ocorreu enquanto Trump realiza uma viagem de cinco dias pela Ásia, que inclui Malásia, Japão e Coreia do Sul. Está previsto um encontro com o presidente da China, Xi Jinping, na quinta-feira, para discutir comércio.

Em abril, o Senado já havia aprovado uma lei para acabar com as tarifas de Trump contra o Canadá, mas rejeitou outra medida para conter tarifas globais do republicano. Nenhuma das duas propostas avançou na Câmara.