Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Política

publicidade
POLÍTICA

Plano de Eduardo Bolsonaro em esperar perda de mandato por falta serve para seguir elegível

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

A licença parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acabou neste domingo, 20. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu o afastamento da função por 122 dias em março para, segundo ele, atuar politicamente nos Estados Unidos para combater as ameaças à liberdade de expressão no Brasil.

Se quisesse, Eduardo poderia pedir renúncia do cargo, mas isso pode afetar a estratégia dele para 2026. Isso porque ele poderia ficar inelegível até 2035 se optasse por essa saída.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

O texto da Lei da Ficha Limpa diz que é uma condição de inelegibilidade um parlamentar renunciar ao mandato desde o oferecimento de representação capaz de autorizar abertura de processo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já abriu inquérito que o investiga por coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Eduardo é um dos especulados pelo próprio Jair Bolsonaro para disputar a Presidência da República em 2026.

Perder o mandato por faltas, de acordo com a lei, não implica no afastamento temporário da disputa eleitoral.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foi o que aconteceu com o ex-deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Em abril deste ano, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou a perda do mandato parlamentar dele, um ano após ele faltar sessões ininterruptamente, já que ele estava preso preventivamente desde março do ano passado sob a acusação de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

A Câmara poderia ter votado a cassação dele no plenário da Casa - se optasse por essa solução, o ex-parlamentar carioca ficaria inelegível até 2035. Enquanto preso, Chiquinho Brazão custou mais de R$ 1 milhão aos cofres da Câmara.

Mesmo fora do Brasil, Eduardo manterá o mandato por algum tempo - a regra da Casa legislativa diz que deputados podem perder o mandato após faltar a um terço das sessões legislativas num ano.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enquanto isso, ele receberá salário (com desconto por ausências) e poderá usar a cota parlamentar, apresentar projetos de lei e contratar via gabinete.

A contagem iniciará efetivamente em agosto, já que os deputados estão em recesso parlamentar até o primeiro dia do próximo mês.

Internamente, o PL calcula que Eduardo poderia faltar até 44 vezes para então ter o mandato declarado perdido. Enquanto isso, a sigla estuda o regimento para contornar a punição ou até mesmo alterar as regras da Câmara para preservar o mandato.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Uma alternativa já foi indicada pelo líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Ele protocolou um projeto que permitiria Eduardo apresentar nova licença pedindo afastamento de 120 dias.

Se aprovado, esse projeto garantiria o mandato do parlamentar em 2025, e ele ainda poderia pedir nova licença de 240 dias. Isso praticamente asseguraria que não haveria perda do mandato.

Caso perca a cadeira na Câmara, Eduardo Bolsonaro perderá R$ 46.366,19 de salário mensal, além de R$ 42.837,33 mensais de cota parlamentar, R$ 4.148,80 por mês de auxílio-moradia e reembolsos de gastos com saúde que podem chegar a R$ 135,4 mil, R$ 133,2 mil por mês para pagar o salário de 25 secretários parlamentares e indicar R$ 37,8 milhões anuais em emendas parlamentares ao Orçamento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Há mais vantagens que Eduardo poderá perder caso perca o mandato. Como parlamentar, ele não pode ser preso, ao menos que em flagrante de crime inafiançável e com o aval do plenário da Casa e é inviolável civil ou penalmente por qualquer opinião ou voto.

Deputados também têm direito a foro privilegiado e só podem ser julgados no STF por crimes cometidos no exercício do mandato. Sem esse direito, os processos tramitam na primeira instância do Judiciário.

A regra da Câmara diz que a Mesa Diretora - comandada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), - é a responsável por decretar a perda de mandato por falta. Ela pode ser provocada por partidos políticos com representação no Congresso Nacional a fazer isso.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na última quinta-feira, 17, Jair Bolsonaro disse que o filho é "mais útil" nos EUA do que no Brasil e que há oportunidades de trabalho para Eduardo em solo americano. "Ele tem portas abertas no governo Trump, conhece dezenas de parlamentares e está trabalhando pela nossa liberdade", afirmou.

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Política

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline