Indicado por Lula, Zanin irrita esquerda e agrada bolsonaristas no STF
Novo ministro votou nesta quinta-feira (24) contra descriminalização de porte de drogas para uso pessoal
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Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Cristiano Zanin vem desagradando aliados do petista e setores da esquerda. Ao votar contra a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal nesta quinta-feira (24), o ministro mostrou uma postura conservadora que agradou a direita e os bolsonaristas.
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Grupos de troca de mensagens de políticos do PT e de esquerda repercutiram o voto de Zanin. No Twitter, o número de manifestações foi grande. Militantes petistas também estenderam críticas a Lula, afirmando que, na indicação, o presidente não pesou as opiniões do ministro sobre temas caros para a base do PT, como as questões sociais. Integrantes da cúpula do partido chegaram a dizer que Lula tem histórico de erros nas indicações para a corte.
“Quando Lula indicou q colocaria Zanin no STF, os progressistas só pediam uma coisa: "onde estão os posicionamentos deste homem? Qual sua visão de mundo?" Agora está claro. Lula colocou um conservador no STF q vai ficar lá por 27 anos! Inacreditável, Lula. Inacreditável”, escreveu o influenciador Felipe Neto, que apoiou Lula na campanha.
O humorista Gregorio Duviever também fez críticas. “Queria muito mas muito mesmo ter errado nas previsões sobre Zanin. Seria muito melhor do que ter acertado”, escreveu também no Twitter, fazendo alusões a críticas anteriores feitas por à indicação do ministro.
Segundo a Folha de S. Paulo, o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) destacou o que classifica como respeito às decisões do Congresso. "O voto do ministro Zanin demonstra o respeito à nossa Constituição Federal, que prevê a independência e harmonia entre os Poderes. O Congresso Nacional já se manifestou recentemente, no mínimo, duas vezes sobre o tema. Nessas ocasiões, decidiu que é crime o porte de drogas."
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) reforçou essa avaliação: "Foi uma grata surpresa. O julgamento é uma usurpação do trabalho que já fizemos duas vezes no Congresso Nacional em menos de 13 anos. O STF não está respeitando uma decisão do Congresso, mas essa posição do ministro Cristiano Zanin é uma posição que vai ao encontro do que os parlamentares fizeram."
Após o voto de Zanin, o placar pela descriminalização do porte do uso de drogas para consumo pessoal está em 5 a 1. O ministro André Mendonça pediu vistas e o julgamento será retomado na semana que vem.
Não é o primeiro voto à direita de Zanin. Ele também foi o único a votar contra a equiparação de homofobia e transfobia como injúria racial. Por 9 votos a favor e 1 contra, o Supremo entendeu que ofensas pessoais contra integrantes da comunidade LGBTQIA+ podem ser classificadas neste tipo de crime, que tem penas previstas de 2 a 5 anos e multa.
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