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Governo tenta poupar família de Careca do INSS em CPI e plano dá errado

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Os aliados do governo na CPI do INSS tentaram uma manobra, nesta terça-feira, 16, para adiar convocações de familiares de duas peças-chave do suposto esquema de descontos ilegais a aposentados. Apesar da tentativa, a comissão aprovou a tomada de depoimentos para a partir de quinta, 18.

Os governistas quiseram travar a convocação da mulher do empresário Maurício Camisotti e do filho e da mulher do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS. Todos aparecem como sócios em empresas e em transações milionárias suspeitas feitas pelos dois principais investigados. Contudo, os requerimentos para convocá-los haviam sido protocolados por parlamentares do PT e de outros partidos da base. Entre eles, os dois principais petistas da CPI, o deputado Paulo Pimenta (RS) e o senador Randolfe Rodrigues (AP).

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A convocação dos familiares e sócios havia sido combinada na véspera, em uma reação ao fato de Antunes ter desistido do depoimento à CPI. Até horas antes do depoimento, ele manteve a presença confirmada. Camisotti também já avisou que não comparecerá. Eles conseguiram decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que facultou as presenças.

Segundo o líder do governo na CPI, deputado Paulo Pimenta (PT/RS), o adiamento das convocações se daria para não atrapalhar o depoimento do Careca e de Camisotti à Polícia Federal. Ambos foram presos na sexta-feira, 12. "Nenhum dos presos prestou depoimento até agora. Convocar os parentes é uma mensagem para que eles não falem? Essa é uma questão controversa. Ouvir os parentes depois do depoimento será muito mais elucidativo e adequado. Não quero que a CPI sirva que a investigação da PF chegue aos resultados que queremos", afirmou Pimenta.

O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), discordou do entendimento. "Se eles usavam as famílias para montar empresas, se beneficiar de recursos, que pensassem antes. Está muito claro que as esposas e filhos foram usados como sócios e receptadores do dinheiro", disse.

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Pimenta pediu, na reunião da CPI, para que os requerimentos de convocações de Cecília Montalvão Queiroz, mulher de Camisotti, e de Tânia Carvalho dos Santos e Romeu Carvalho Antunes, mulher e filho do Careca, fossem apreciados separadamente, e não em conjunto com os demais.

O movimento chegou a paralisar momentaneamente a CPI para reuniões paralelas. A cúpula do colegiado se reuniu com governistas em uma sala. E parlamentares do PT também se reuniram reservadamente. A portas fechadas, Pimenta defendeu o adiamento da votação, mas foi derrotado pela cúpula da CPI.

Com a retomada da reunião pública, o senador governista Cid Gomes (PSB-CE) tentou barrar as convocações dizendo ter recebido um telefonema pelo qual foi avisado que "está em curso uma ação que pode conseguir resultados supersignificativos para a elucidação desse caso". De acordo com o interlocutor, que ele não revelou quem era, a convocação dos familiares "poderia prejudicar ações em andamento".

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Ao Estadão, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) afirmou haver conversas sobre uma suposta delação premiada do Careca do INSS. A versão foi desmentida pelo relator da CPI, Alfredo Gaspar (União/AL), que havia se reunido com delegados da Polícia Federal horas antes.

Como mostrou o Estadão, uma parte dos integrantes da CPI aposta na pressão ao Careca e a Camisotti para que colaborem com as investigações e evitem expor seus familiares. Eles podem ter sido meros laranjas nos supostos esquemas ilícitos. Para oposicionistas, a intenção dos governistas era aliviar a pressão sobre Careca e Camisotti para que eles evitem entregar nomes ligados ao governo e que poderiam estar de alguma forma relacionados ao esquema.

Foram aprovadas convocações de:

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Romeu Carvalho Antunes: filho de Antonio Carlos Camilo Antunes e sócio do pai em empresas que repassaram dinheiro a servidores do INSS;

Tânia Carvalho dos Santos: mulher de Antonio Carlos Camilo Antunes e recebedora de recursos financeiras do marido;

Rubens Oliveira Costa: sócio de Antonio Carlos Camilo Antunes em empresa que repassou dinheiro suspeito de ser propina.

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Milton Salvador de Almeida Jr: sócio de Antonio Antunes;

Cecília Montalvão Queiroz: mulher e sócia de Mauricio Camisotti.

Nelson Wilians: advogado alvo de operação da PF e apontado como possível beneficiário dos descontos associativos aplicados por uma entidade investigada.

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