Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Política

publicidade
NO AMAZONAS

Entidades indígenas e ambientais lamentam mortes e cobram segurança

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que ajudou nas buscas por Bruno e Dom, definiu o assassinato da dupla como "crime político"

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

Entidades indígenas e ambientais lamentam mortes e cobram segurança
Autor o jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados no Vale do Javari no domingo - Foto: Reprodução

A Polícia Federal afirmou na quarta-feira, 15, que o jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados no Vale do Javari no domingo, 5. O anúncio gerou reação de organizações indígenas, ambientais e de jornalistas que lamentaram o ocorrido e cobraram segurança na Amazônia e investigações "transparente e independente" do caso.

A confirmação veio após Amarildo Oliveira, conhecido como "Pelado", preso por suspeita de participação no desaparecimento, confessar envolvimento no crime.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

Na quinta-feira, o superintendente regional da PF, Eduardo Alexandre Fontes, afirmou em coletiva de imprensa que os investigadores levaram Pelado e Oseney da Costa de Oliveira, também suspeito de envolvimento no crime, para a área de buscas no rio Itaquaí, onde foram encontrados partes de corpos, classificados pela investigação como "remanescentes humanos".

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que ajudou nas buscas por Bruno e Dom, definiu o assassinato da dupla como "crime político", uma vez que ambos era defensores dos Direitos Humanos e estavam desempenhando atividades de em benefício de povos indígenas do Vale do Javari quando desapareceram. "O que acontecerá conosco? Continuaremos vivendo sob ameaças? Precisamos aprofundar e ampliar a investigação. Precisamos de fiscalização territorial efetiva no interior da Terra Indígena Vale do Javari. Precisamos que as Bases de Proteção Etnoambiental (BAPEs) da Funai sejam fortalecidas", disse.

A Greenpeace Brasil e Greenpeace Reino Unido afirmou em nota que as mortes de Bruno e Dom "não se tratam de fatalidades mas, sim, de um projeto criminoso do governo Bolsonaro", que, segundo o grupo, abre alas para que atividades predatórias e crimes se reproduzam e transformem a Amazônia em domínio particular do crime organizado. "Quando quem busca advogar por um mundo mais verde, justo e pacífico tem sua vida colocada à prova, não restam dúvidas de que a nossa jovem democracia está em risco e se equilibra em uma corda bamba", disse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Observatório do Clima defendeu que o assassinato da dupla tem "a digital da necropolítica brasileira" e lembrou de outras tragédias envolvendo ativistas ambientais como Chico Mendes, Dorothy Stang, João Cláudio e Maria, dentre outros. "A necropolítica, marca do atual governo, também está presente nas mortes de Dom e Bruno", disse.

A organização não-governamental WWF-Brasil afirmou que "o descaso do governo com a Amazônia e os defensores de seus povos e da floresta que permitiu o assassinato de Dom e Bruno". "O nível de violência aplicada a Bruno e Dom explicita como a Amazônia está à mercê da lei do mais forte, sob a qual a brutalidade é a moeda corrente", disse em nota.

O Conectas Direitos Humanos apontou que a morte de Bruno e Dom é "mais um capítulo triste e sombrio da nossa história" que evidencia "grave cenário de insegurança" em que se encontram defensores de Direitos Humanos, jornalistas, lideranças indígenas e de comunidades tradicionais que lutam pelos direitos humanos. "Exigimos apuração célere do caso, sua elucidação e responsabilização dos envolvidos", disse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) reforçou em nota um pedido para às autoridades nacionais e internacionais para que a execução seja apurada de "forma célere, transparente e independente, sem qualquer interferência que possa atrapalhar a investigação".

A associação ainda lembrou declarações polêmicas dadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre o caso.

A nota também conta com a assinatura de outras oito organizações: Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Artigo 19, Intervozes, Instituto Palavra Aberta, Instituto Vladimir Herzog, Repórteres sem Fronteiras (RSF) e Tornavoz.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Política

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline