Desembargador de Brasília suspende compra de blindados pelo Exército
Para o magistrado, não há qualquer necessidade de equipamentos bélicos ao país neste momento; a ação diz que o gasto pode chegar a R$ 5 bilhões
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A compra de 98 blindados italianos, que estava sendo feita pelo Exército Brasileiro, foi suspensa pelo desembargador federal Wilson Alves de Souza, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
A decisão é de caráter provisório e foi tomada após uma ação popular que questionava a aquisição dos veículos. Conforme o o desembargador, não existe "cheque em branco conferido à autoridade para agir de forma livre e desarrazoada". Acrescentou que o poder é limitado e instrumental, "serviente a uma finalidade normativa".
Leia mais: Novos blindados do exército devem custar cerca de 900 milhões de euros
Para o magistrado, não há qualquer necessidade de equipamentos bélicos ao país neste momento.
"Ao que consta a todos, a única guerra que se está a enfrentar nesse momento é a travada contra a Covid-19, que permanece e recrudesce no atual momento – e isso também é fato público e notório, a exigir mais investimentos em lugar de cortes, exatamente na área da saúde", declarou.
"Evidente a falta de razoabilidade, desvio de finalidade, ilegalidade e até mesmo de elementar bom senso, pois outra classificação não há quando ao mesmo tempo em que se faz cortes de verbas da educação e da saúde por falta de dinheiro, se pretende comprar armas em tempos de paz", acrescentou.
A ação afirma que foi feita a convocação para assinatura do contrato "em meio a cortes bilionários no orçamento público que totalizam R$ 5,7 bilhões, dos quais metade têm origem de cortes oriundos da Educação (R$ 1,435 bilhão) e Saúde (R$ 1,396 bilhão)".
O Exército informou que a compra dos blindados era para renovar a frota, já que que a atual está defasada, "com seus sistemas mecânicos desgastados e parte do material de reposição descontinuado e/ou de difícil obtenção". O Exército tem atualmente 2 mil blindados.
O valor da compra, segundo o Exército, será de R$ 3,3 bilhões. A ação, porém, diz que o gasto pode chegar a R$ 5 bilhões.
A instituição pretende adquirir 221 unidades do modelo Centauro II. Mas, em um primeiro momento, iriam comprar 98 viaturas.
Com informações do G1.
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