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Denúncia anônima colocou na mira da PF assessor do deputado Antônio Doido preso com R$ 1 milhão

Uma denúncia anônima colocou o assessor parlamentar Jacob Aarão Serruya Neto, servidor no gabinete do deputado Antônio Leocádio dos Santos, mais conhecido como Antônio Doido (MDB-PA), na mira da Polícia Federal (PF). Ele foi exonerado depois que as suspei

Rayssa Motta (via Agência Estado)

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Escrito por Rayssa Motta (via Agência Estado)
Publicado em 21.01.2025, 19:41:00 Editado em 21.01.2025, 19:48:47
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Uma denúncia anônima colocou o assessor parlamentar Jacob Aarão Serruya Neto, servidor no gabinete do deputado Antônio Leocádio dos Santos, mais conhecido como Antônio Doido (MDB-PA), na mira da Polícia Federal (PF). Ele foi exonerado depois que as suspeitas vieram a público.

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O Estadão pediu manifestação do deputado e busca contato com a defesa do assessor, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto.

O informante alertou as autoridades sobre um saque vultuoso - mais de R$ 1 milhão - da conta da empresa A. C. da Silva Comércio de Gêneros que estava previsto para acontecer no dia 17 de janeiro, na agência do Banco do Brasil na rua Senador Lemos, em Belém, para cobrir propinas a servidores públicos.

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Policiais federais à paisana seguiram a pista e, no dia informado, fizeram campana na frente do banco. Descobriram que o representante comercial Wandson de Paula Silva recebeu o dinheiro em uma sala reservada na agência e armazenou a quantia em uma mochila preta.

Os agentes seguiram o carro de Silva, uma Hilux branca, depois que ele deixou o banco. Viram o momento em que o representante comercial estacionou o veículo e embarcou em outro carro, um Corolla preto, com a mochila de dinheiro - notas de R$ 200 acondicionadas em sacolas plásticas - contendo R$ 1 milhão. Foi nesse momento que a PF anunciou o flagrante. Ao inspecionar os carros, os federais encontraram mais R$ 100 mil, no porta-luvas da Hilux.

Serruya e Silva foram conduzidos à superintendência da Polícia Federal em Belém. Ambos ficaram em silêncio nos depoimentos. A reportagem pediu posicionamento da defesa do representante comercial, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto.

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A PF busca agora identificar os destinatários do dinheiro. Para isso, pediu autorização para acessar conversas nos celulares apreendidos com o assessor parlamentar e com o representante comercial. A expectativa é a de que as mensagens levem a novos suspeitos.

Serruya e Silva conseguiram autorização para aguardar a conclusão das investigações em liberdade. A juíza plantonista Thatiana Cristina Nunes Campelo considerou que não havia necessidade de mantê-los presos, desde que pagassem R$ 40 mil de fiança cada. A decisão afirma que eles têm endereço fixo, ocupação lícita, não cometeram crimes violentos e não têm antecedentes criminais.

"Não vislumbro in concreto a necessidade de segregação cautelar dos conduzidos a fim de proteger a ordem pública, a ordem econômica, a conveniência da instrução processual ou mesmo assegurar a aplicação da lei penal", escreveu.

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A juíza também estabeleceu medidas cautelares, como o comparecimento periódico no fórum e a proibição de se ausentar de Belém. Segundo a magistrada, "considerando o modus operandi empregado, isto é, posse e saque de vultosa quantia em espécie, típico da prática da fase de ocultação de ativos financeiros característicos das condutas tipificadas como delito de lavagem de capitais, bem ainda o possível envolvimento de servidor público federal integrante dos quadros da Câmara de Deputados", há indícios dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Jacob Aarão Serruya Neto foi nomeado para o cargo comissionado de secretário parlamentar no gabinete do deputado Antônio Doido em abril de 2023. O servidor foi exonerado dois dias após o flagrante da PF. Serruya também trabalhou no Tribunal de Contas do Pará entre 2007 e 2010.

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Criada em 2020, A. C. da Silva Comércio de Gêneros venceu 33 licitações municipais no Pará. Levantamento feito pela PF aponta que a maior parte dos contratos foi custeada com recursos federais - mais de R$ 24 milhões. Os investigadores suspeitam que o CNPJ tenha sido registrado em nome de um laranja. A empresa foi procurada pelo Estadão.

Como mostrou o Estadão, Antônio Doido está entre os deputados que mais direcionaram emendas parlamentares em 2024. Ele conseguiu mandar R$ 37,8 milhões para diversas prefeituras paraenses.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

A reportagem pediu posicionamento do deputado Antônio Doido, da empresa A. C. da Silva Comércio de Gêneros e da defesa do representante comercial Wandson de Paula Silva, mas não teve retorno até a publicação deste texto. O Estadão busca localizar a defesa de Jacob Aarão Serruya Neto. O espaço está aberto para manifestação de todos os citados ([email protected]).

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