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Declaração de Merz sobre COP30 expõe polarização política e falhas na organização do evento

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A declaração do chanceler alemão Friedrich Merz sobre a satisfação de sua comitiva em deixar Belém após a COP-30 desencadeou uma crise diplomática e expôs a extrema polarização na política brasileira. O líder conservador europeu afirmou que jornalistas alemães ficaram "contentes" por terem retornado à Alemanha, "especialmente daquele lugar onde estávamos", gerando indignação nacional.

A repercussão no Brasil não foi unânime, revelando divisões ideológicas. A declaração de Merz foi imediatamente classificada por integrantes do governo brasileiro como uma "grosseria" e um ato de "xenofobia", mas a reação oficial foi contida. Integrantes do governo Lula receberam a ordem de manter o silêncio público para não atrapalhar as negociações climáticas em curso e evitar expor ainda mais as falhas logísticas do evento. Nas redes sociais, o nome de Merz foi amplamente debatido, com alguns usuários criticando o chanceler e outros alinhando-se à sua crítica.

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O governador do Pará Helder Barbalho (MDB) rompeu o silêncio oficial para rebater o premiê alemão. Em uma crítica direta, Barbalho classificou a declaração como "preconceituosa", afirmando que ela "revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado". Ele também ironizou a fala de Merz, dizendo ser "curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia", e perguntou em uma publicação: "quem aqui tem orgulho do Pará e do Brasil? Que levante a mão."

Congressistas aliados do governo, como o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e o deputado Rogério Correa (PT-MG), também criticaram Merz, sugerindo que o Brasil preferia o dinheiro para o Fundo Florestas Tropicais à sua presença.

A controvérsia de Merz, no entanto, ecoa as críticas formais que o Brasil já havia recebido da Organização das Nações Unidas (ONU). O Secretário-Executivo da UNFCC, Simon Stiell, já havia enviado uma carta às autoridades brasileiras (Casa Civil, COP-30 e governo do Pará) exigindo urgência na adoção de medidas de segurança após a invasão de manifestantes na Blue Zone (área de negociação). A ONU também registrou reclamações das delegações sobre falhas na infraestrutura, como problemas de refrigeração e falta de água nos banheiros.

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A Casa Civil respondeu às críticas da ONU, detalhando o reforço no esquema de segurança, com ampliação dos perímetros e ação conjunta da Força Nacional e da Polícia Federal. Além disso, o governo federal e estadual anunciaram a instalação de novos aparelhos de ar-condicionado e a correção de falhas estruturais, como vazamentos e goteiras, em uma tentativa de conter o desgaste institucional gerado pelas falhas do evento internacional.

No campo político, a fala do chanceler Merz causou uma inversão de posições. Em vez de defenderem a imagem do Brasil, parlamentares e lideranças da extrema-direita brasileira se solidarizaram ao chanceler alemão e instrumentalizaram suas declarações para atacar o presidente Lula e a gestão do evento pelo governo de esquerda. Para esse grupo, o combate ao adversário interno se sobrepôs à defesa da imagem nacional em um episódio de repercussão diplomática negativa.

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