Durante a noite desta quinta-feira (17), o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que é mais eficaz contrair a Covid-19, para efeito de imunização contra a doença, do que se vacinar. O mandatário fez o comentário durante uma transmissão ao vivo pela internet.
A estratégia ao qual Bolsonaro faz menção, é chamada de "imunidade de rebanho", contestada por infectologistas e especialistas em saúde pública.
"Eu já me considero — eu não me considero não, eu estou — vacinado, entre aspas. Todos que contraíram o vírus estão vacinados, até de forma mais eficaz que a própria vacina porque você pegou o vírus para valer. Então, quem contraiu o vírus, não se discute, esse está imunizado", disse Bolsonaro.
De acordo com a estratégia de imunidade de rebanho, a pandemia seria superada por meio de um alto número de infectados, o que, supostamente, deixaria grande parte da população "imunizada". Entretanto, conforme especialistas, este método não funciona contra o novo coronavírus. Várias vidas seriam perdidas durante o processo.
Outro fato, que já foi comprovado também, é que quem já teve a doença pode ser reinfectado.
Segundo uma apuração feita pelo consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados das secretarias estaduais de saúde, cerca de 17,6 milhões de pessoas já têm ou contraíram o vírus. A vacinação sendo um processo vagaroso.
Ainda conforme o levantamento, apenas 11,3% da população concluíram a imunização, ou seja, receberam as duas doses da vacina. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil precisa aplicar 1,7 milhão de doses a cada dia útil para vacinar todos os adultos até o final deste ano.
Na última sexta-feira (11), em depoimento à CPI da Covid, o médico sanitarista Claudio Maierovitch, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), falou sobre a imunidade de rebanho. Segundo ele, uma estratégia como essa levaria à morte as pessoas mais frágeis. "Rebanho se aplica a animais, e fomos tratados dessa forma", declarou o sanitarista.
Na mesma transmissão ao vivo pela internet, o presidente disse novamente que será a "última pessoa" a se vacinar no país e falou sobre o "estudo" que pediu ao Ministério da Saúde para desobrigar o uso de máscaras por quem tenha sido vacinado ou contaminado.
"A questão da vacina, né? Eu estou dando exemplo. Depois que a última pessoa se vacinar, eu me vacino. Tá? Enquanto isso, eu continuo tranquilo na minha. Inclusive, encomendei um estudo para o ministro Queiroga, da Saúde, para desobrigar o uso da máscara por quem porventura já tenha sido infectado ou vacinado. Quem está contra, é negacionista porque não acredita na vacina", disse.
Fonte: G1.
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