MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

Agente da PF, réu do núcleo da desinformação, diz que não falava com Bolsonaro

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o policial federal Marcelo Bormevet negou, na manhã desta quinta-feira, 24, as acusações da Procuradoria-Geral da República de que teria orientado investigações sobre adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro e

Nino Guimarães (via Agência Estado)

·
Escrito por Nino Guimarães (via Agência Estado)
Publicado em 24.07.2025, 11:41:00 Editado em 24.07.2025, 11:49:39
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o policial federal Marcelo Bormevet negou, na manhã desta quinta-feira, 24, as acusações da Procuradoria-Geral da República de que teria orientado investigações sobre adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro e, posteriormente, o disparo de notícias falsas nas redes sociais. Bormevet foi o primeiro réu do núcleo da desinformação da ação penal da trama golpista a depor.

continua após publicidade

"Não falava com o presidente Bolsonaro e nunca o encontrei", afirmou o agente federal.

A audiência é presidida pela juíza auxiliar Luciana Sorrentino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

continua após publicidade

Bormevet é policial federal e, durante o governo Bolsonaro, atuou como um dos coordenadores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sendo apontado como assessor de Alexandre Ramagem, então diretor-geral da agência.

First Mile

Segundo a PGR, enquanto estava na Abin, Marcelo Bormevet atuava em uma "central de contrainteligência", utilizando ferramentas de investigação, como o programa "First", para espionar "adversários" do ex-presidente e, posteriormente, repassar informações para "vetores de propagação em redes sociais (perfis falsos e perfis cooptados)".

continua após publicidade

Ao ser confrontado sobre a acusação, Bormevet afirmou que "a coordenação não tinha acesso ao sistema First Mile".

"Eu nunca tive acesso ao sistema e meus subordinados não tinham acesso. Mas o Giancarlo tinha acesso ao sistema antes de chegar na minha coordenação."

Ele faz referência ao subtenente do Exército Giancarlo Rodrigues, alocado na Abin e seu subordinado direto. Na denúncia, a PGR aponta que Bormevet orientava Giancarlo, então seu subordinado, a fazer pesquisas de possíveis alvos. "O usuário GCL, utilizado por Giancarlo, foi diretamente responsável por 887 pesquisas no sistema First Mile, além de outros possíveis acessos realizados por meio de senhas compartilhadas", acusa a Procuradoria.

continua após publicidade

A PGR cita que Bormevet chegou a orientar o subtenente a fazer pesquisas sobre um inquérito que investigava um dos filhos de Bolsonaro, Jair Renan, a pedido do próprio presidente à época. "Bormevet informou a Giancarlo, na ocasião, que possuía demanda urgente e pediu que ele pesquisasse quais carros estão em nome do filho Renan do PR. Veja a mãe dele também, afirmando se tratar de msg do 01", apontou a denúncia.

Sobre o caso, Bormevet confirmou que recebeu a requisição para fazer pesquisas pela diretora-geral da Abin, mas nega que tenha cometido irregularidades. Ressaltou que não mantinha contato com o ex-presidente Bolsonaro.

continua após publicidade

Desinformação

A PGR aponta que Bormevet compilou um dossiê com informações inverídicas sobre as urnas eletrônicas e dos ministros do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, com o objetivo de desacreditá-los e o processo eleitoral.

Segundo a denúncia, Bormevet enviou uma notícia que relacionava Fux e um escritório da família do ministro Luís Roberto Barroso ao Banco Itaú e ressaltava a participação acionária do banco na empresa Positivo.

"Independentemente da procedência da informação (Não sei se o sobrinho é sobrinho do Barroso mesmo), Bormevet orientou sobre como deveria ser feito o ataque aos ministros: Pode jogar no grupo dos malucos se quiser."

Ao responder questionamentos da PGR, o policial federal negou que tivesse relação com a produção de notícias falsas.

GoogleNews

Siga o TNOnline no Google News

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "Agente da PF, réu do núcleo da desinformação, diz que não falava com Bolsonaro"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!