Vítimas de chacina em Icaraíma (PR) tinham extensas fichas criminais, diz polícia
Trio contratado para cobrar dívida respondia a diversos crimes, como tentativa de homicídio, ameaça e estelionato

Três dos quatro homens assassinados em Icaraíma, no noroeste do Paraná, possuíam extensas fichas criminais, com registros que incluem tentativa de homicídio, tráfico de drogas, estelionato e ameaça. Os antecedentes foram divulgados pela Polícia Civil (PC-PR) na tarde de terça-feira (4).
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O crime, que completou três meses nesta quarta-feira (5), vitimou Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso. O trio viajou de São José do Rio Preto (SP) ao Paraná para realizar a cobrança de uma dívida.
Eles foram contratados pela quarta vítima, Alencar Gonçalves de Souza, que era morador de Icaraíma e, segundo a polícia, o único dos quatro que não possuía antecedentes criminais.
Os quatro homens desapareceram em 5 de agosto, após uma reunião para cobrar a dívida. Os corpos só foram encontrados 44 dias depois, em 18 de setembro, na zona rural da cidade, com sinais de politraumatismo, traumatismo craniano e ferimentos por arma de fogo.
Os principais suspeitos do crime são Antonio Buscariollo, de 66 anos, e o filho, Paulo Ricardo Costa Buscariollo, de 22. Ambos estão foragidos.
A motivação do crime seria a cobrança de uma dívida de R$ 255 mil. Segundo a investigação, Alencar vendeu uma propriedade rural à família Buscariollo, mas nenhuma das dez notas promissórias de R$ 25 mil foi paga.
A investigação segue sob sigilo. A Polícia Civil informou que o volume de dados coletados é "robusto" e que foi necessário montar uma força-tarefa para analisar as provas, não havendo previsão de conclusão.
Dos suspeitos foragidos, apenas Antonio Buscariollo possuía uma passagem anterior, por porte de arma em 2018.
A defesa dos Buscariollo nega a autoria. Na época em que os corpos foram encontrados, o advogado Renan Farah afirmou que a localização dos cadáveres, em propriedade de terceiros, "reforça" a tese de inocência dos clientes.
Os antecedentes dos três homens contratados para cobrar a dívida
Diego Henrique Affonso
- 2024: ameaça contra esposa, no âmbito da violência doméstica (Lei Maria da Penha), estelionato;
- 2023: estelionato, ameaça, redução a condição análoga à de escravo;
- 2022: ameaça, estelionato;
- 2021: estelionato, difamação, ameaça, injúria;
- 2019: apropriação indébita;
- 2018: ameaça. Segundo a Polícia Civil, Diego não chegou a ser preso, apenas houve os registros contra ele.
Rafael Juliano Marascalchi
- 2025: ameaça;
- 2023: exercício arbitrário das próprias razões - fazer justiça com as próprias mãos;
- 2022: exercício arbitrário das próprias razões - fazer justiça com as próprias mãos;
- 2018: ameaça;
- 2017: ameaça contra a esposa, no âmbito da violência doméstica e familiar.
- 2014: ameaça;
- 2008: tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas;
- 2007: tráfico de drogas;
- 2005: tentativa de homicídio.Segundo a Polícia Civil, ele foi preso em 2005, 2007, 2008 e 2010.
Robishley Hirnani de Oliveira
- 2018: dano, estelionato, ameaça;
- 2017: estelionato;
- 2016: ameaça, exercício arbitrário das próprias razões, ameaça contra esposa no âmbito da violência doméstica, lesão culposa no trânsito e fuga do local do acidente, estelionato;
- 2015: estelionato;
- 2014: embriaguez ao volante, estelionato, ameaça;
- 2013: ameaça contra esposa no âmbito da violência doméstica; crime ambiental contra flora;
- 2003: furto qualificado;Segundo a Polícia Civil, ele foi preso em 2022.
