Ritual japonês em homenagem aos mortos ilumina represa do Paraná
Tooro Nagashi é realizado há mais de 40 anos em Carlópolis e simboliza respeito e saudade dos antepassados

Há mais de quatro décadas, uma tradição japonesa milenar encontrou espaço — e criou raízes — no interior do Paraná. Trata-se do Tooro Nagashi, um ritual que celebra a memória dos antepassados com lanternas flutuantes lançadas nas águas.
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A cerimônia, de origem budista, tornou-se uma das principais expressões culturais de Carlópolis, no Norte Pioneiro do estado. O município, com pouco mais de 16 mil habitantes, segundo o IBGE, tem forte presença da comunidade nipo-brasileira, que se estabeleceu na região após a Segunda Guerra Mundial.
Neste ano, o Tooro Nagashi chega à 44ª edição e será realizado neste sábado (25). A celebração mistura saudade, fé e respeito: cerca de mil lanternas serão lançadas na Represa Chavantes, criando um espetáculo de luz que simboliza o caminho dos ancestrais falecidos.
De acordo com Lucas Xavier, membro da diretoria da Associação Cultural e Esportiva de Carlópolis (ACECAR), cada lanterna — chamada de tooro — é feita de forma artesanal, com uma vela envolta por uma base de madeira e coberta com papel manteiga colorido. O resultado é um efeito visual mágico que reflete sobre a água.
Depois de acesas, as velas seguem o curso da correnteza carregando nomes escritos à mão por familiares, que mantêm vivas as lembranças de quem partiu.
A adesão ao ritual é tão grande que, todos os anos, um caminhão é usado para transportar os barquinhos até o local da celebração.
