A Secretaria do Ambiente de Londrina, no norte do Paraná, dará início nas próximas semanas a mais uma tentativa de afastar a grande quantidade de pombos que circula pelo Bosque Municipal, na região central da cidade. Desta vez, o município vai usar um repelente biológico. A reportagem é do g1.
Há décadas a presença dos pombos é um problema no local, que vive impregnado com as fezes e com o mau cheiro deixado pelas aves.
Quem passa pelo bosque corre o risco de esbarrar em rastros de cocô de pombos no chão, nos bancos e nos aparelhos de ginástica do bosque. Com frequência, pedestres chegam a escorregar ao caminhar sobre a sujeira, que deixa o piso liso.
O problema é discutido no município ao menos desde 2004, mas nunca foi encontrada uma solução efetiva. Entenda a seguir.
Frequentadores reclamam que o cenário de abandono prejudica o lazer e afasta os cidadãos do bosque, revitalizado em 2021 e importante ponto de passagem da região. O espaço é cercado de comércios e fica ao lado, por exemplo, da Catedral Metropolitana de Londrina.
O gerente de Parques e Biodiversidade da secretaria, Jonas Henrique Pugina, explica que o repelente a ser testado é feito de compostos naturais.
"O repelente não traz riscos à saúde dos pombos. Ele emite um cheiro forte que pode afugentá-los do bosque. Vamos testar essa estratégia durante um certo período e, dependendo da efetividade, o município poderá comprar o insumo."
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De acordo com o gerente, a substância será aplicada em formato de espuma e de líquido nas copas das árvores - toda a parte que se desenvolve a partir do tronco, com galhos e folhas -, local onde as aves pousam.
Pugina diz não haver prazo definido para o fim dos testes. A ideia da Secretaria do Ambiente é aplicar o produto em quatro regiões distintas do espaço de lazer.
De acordo com o gerente, não é possível dizer exatamente a quantidade de pombos que frequenta o bosque. Conforme a secretaria, os que vivem no local são do tipo Zenaida auriculata, que formam bandos durante migrações ou em pousos coletivos em lugares onde dormem.
Limpeza diária
Atualmente, para tentar minimizar a sujeira e o mau cheiro deixados pelas aves, a prefeitura contrata uma empresa para fazer a lavagem diária do bosque.
De acordo com a Secretaria do Ambiente, outro problema é o risco à saúde da população. A pasta explica que as fezes ressecadas, se inaladas com a ação do vento, podem causar doenças.
Em 2013, um taxista de 47 anos morreu de criptococose, infecção causada por um fungo transportado pelo pombo.
A saga do combate às pombas
A primeira ideia de espantar os pombos surgiu em 2004. Na época, o município disse ter importado da Alemanha um projeto de construir pombais para atrair as aves. No ninho, alguém trocaria os ovos de verdade por falsos.
Em 2005, foi cogitada a possibilidade de usar um falcão para combater a superpopulação de pombos. A ave chegou a ser treinada por um instrutor, mas a proposta não avançou.
Em 2006, a discussão envolveu um dos projetos mais polêmicos em relação ao assunto: o abate dos pombos. Novamente, a sugestão ficou apenas no papel e no debate.
Entre 2010 e 2013, a prefeitura instalou equipamentos de som, utilizou armadilhas e até colocou sensores para emitir ondas eletromagnéticas para afugentar as aves. Nada resolveu.
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