PR: 10 policiais rodoviários são afastados por cobrar propina via Pix
Segundo o MP, os agentes exigiam propina de condutores flagrados em infrações de trânsito ou de pessoas envolvidas na retirada de cargas tombadas

Pelo menos dez policiais rodoviários estaduais foram afastados de suas funções após serem investigados por exigir pagamentos via Pix para liberar motoristas no Paraná. A operação foi deflagrada nesta terça-feira (7) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR).
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências dos policiais e em postos de fiscalização localizados em Guarapuava, Imbituva, Ponta Grossa, Laranjeiras do Sul, Guaraniaçu, Pitanga, Castro, Piraí do Sul, Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Arapoti, Wenceslau Braz e Siqueira Campos.
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Segundo o Ministério Público, os agentes atuavam principalmente em rodovias da região de Piraí do Sul e exigiam propina de condutores flagrados em infrações de trânsito ou de pessoas envolvidas na retirada de cargas tombadas. Ainda conforme as investigações, empresas e pessoas físicas também teriam participado do esquema, sendo responsáveis por lavar o dinheiro das propinas por meio de suas contas bancárias.
Ex-comandante é preso preventivamente
Durante a operação, um ex-comandante do Posto de Polícia Rodoviária de Guarapuava foi preso preventivamente. De acordo com o MP, o oficial é suspeito de envolvimento direto no esquema e de praticar diversos outros crimes de corrupção.
Cobrança de propina via Pix
As investigações começaram em março deste ano, a partir de denúncias de motoristas profissionais que relataram estar sendo extorquidos durante abordagens policiais. Conforme o MP, os agentes exigiam pagamentos em dinheiro ou transferências via Pix, geralmente para contas de empresas e pessoas usadas como “laranjas”.
“Durante a fiscalização das rodovias estaduais, em blitz ou em frente aos postos policiais, os investigados exigiam vantagens indevidas de motoristas sob os mais diversos pretextos, muitos deles sem qualquer base legal, e somente liberavam os veículos após o pagamento”, detalhou o Ministério Público.
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Mais de 100 motoristas que afirmam ter realizado pagamentos foram ouvidos ao longo da investigação.
O MP estima que, entre dezembro de 2024 e agosto de 2025, o grupo tenha recebido cerca de R$ 140 mil em transferências ilegais. As apurações seguem para identificar outros possíveis envolvidos.
Veja o que diz a PMPR sobre o caso:
"A Polícia Militar do Paraná informa que, na manhã desta terça-feira (07/10), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), força-tarefa composta pelo Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Civil, deflagrou uma operação nos municípios da região dos Campos Gerais e Centro-Sul do Estado. O trabalho foi conduzido pelos núcleos do GAECO de Ponta Grossa e Guarapuava, com apoio irrestrito da Corregedoria-Geral da Polícia Militar e participação ativa do Comando Regional da PM em Ponta Grossa (CRPM). A ação teve como objetivo o cumprimento de mandados judiciais relacionados a investigações conduzidas pelo Ministério Público do Paraná. Até o momento, dez militares estaduais foram afastados de suas funções e um mandado de prisão foi cumprido. A Corregedoria-Geral da PMPR acompanha todas as diligências de forma presencial, assegurando a transparência e a legalidade dos procedimentos. Outras informações serão divulgadas exclusivamente pelo Ministério Público do Estado do Paraná, responsável pela investigação."