Polícia investiga outros envolvidos nos assassinatos em Icaraíma (PR)

A Polícia Civil do Paraná trabalha com a hipótese de que mais pessoas, além dos dois suspeitos já identificados, estão envolvidas no assassinato dos quatro homens que desapareceram por 44 dias em Icaraíma, no noroeste do estado. Os corpos de Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza foram retirados de uma mata na madrugada de sexta-feira (18), o que deu início a uma nova fase da investigação.

- LEIA MAIS: Polícia identifica os 4 corpos encontrados em área rural de Icaraíma

O Secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, informou que o enterro do carro das vítimas — uma caminhonete modelo Toro — exigiu um grande esforço. "Considerando as características em que o carro foi localizado, isso requer um esforço, requer utilização de equipamentos, de maquinário, para enterrar um veículo como enterraram. Presumimos que tenha a participação de outras pessoas também", afirmou.

As investigações estão sob sigilo, mas o delegado Thiago Inácio afirma que a polícia tenta entender a complexa dinâmica do crime. "Esse crime teve uma organização muito complexa, sendo difícil acreditar que tenha sido feito por poucas pessoas. Acreditamos que tem mais envolvidos, mas até agora nada foi confirmado. Possibilidades estão sendo averiguadas, e assim que vão tendo as confirmações, a gente vai traçando a dinâmica dos fatos", explicou.

Segundo o secretário, os corpos foram encontrados com marcas de tiros. Os pertences das vítimas, como celulares e mochilas, foram localizados no mesmo local. A identificação foi possível devido ao bom estado de preservação dos corpos, já que a área de mata é úmida e arenosa. As roupas das vítimas também ajudaram na identificação, confirmada posteriormente pela Polícia Científica.

Suspeitos e o local do crime

Os principais suspeitos do crime, Antonio Buscariollo, 66, e seu filho Paulo Ricardo Costa Buscariollo, 22, estão foragidos e sua defesa nega envolvimento deles. O local onde os corpos foram encontrados é uma área privada, mas o proprietário não é investigado e colabora com as autoridades.

A picape das vítimas foi localizada em um bunker, coberta por uma lona, com marcas de sangue e tiros. A polícia chegou ao local após o pai de uma das vítimas receber uma carta anônima com a localização do carro e um informante ajudar nas investigações. Duas munições de calibre 9 milímetros também foram encontradas próximo ao local, na mesma propriedade que uma das vítimas havia vendido aos suspeitos.