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Pesquisadores da UEPG descobrem nova espécie de Besouro

Ele têm a grande de capacidade de saltar cerca de 30 vezes o próprio tamanho

Da Redação

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O novo besouro já está nas revistas científicas
Icone Camera Foto por Jéssica Natal/UEPG
O novo besouro já está nas revistas científicas
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.07.2025, 10:45:55 Editado em 03.07.2025, 10:45:49
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Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) identificaram uma nova espécie de inseto, o Besouro Saltador dos Campos Gerais. A descoberta é inédita no mundo e foi feita pela equipe do Laboratório de Genética e Evolução (Labgev), que utilizou técnicas de análise genética e de morfologia. Pequeno, com manchas vermelhas e brancas, o besouro tem presença em toda a região Sul e no estado de São Paulo.

O estudo foi conduzido pela professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas, Mara Cristina de Almeida, juntamente com os mestrandos Raylen Ramos e Bruno Begha. Para realizar a análise, a equipe coletou cerca de 52 besouros em Itaiacoca, distrito a 32 km de Ponta Grossa. Levados a laboratório, após descrição e análise, a equipe classificou o inseto com o nome científico Alagoasa neoequestris sp. nov.

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A descoberta da nova espécie se deu enquanto a equipe do laboratório pesquisava os Alticinis – besouros-saltadores ou besouros-pulga, que têm a grande de capacidade de saltar cerca de 30 vezes o próprio tamanho.

“Estávamos em campo, recolhendo estes besouros, e quando levamos para observação no laboratório vimos que eles tinham morfologias [forma e estrutura] muito semelhantes, mas a quantidade de cromossomos era muito diferente”, conta Mara. Os pesquisadores encontraram duas espécies já conhecidas (a Omophoita communis e a Omophoita equestris), mas faltava entender a novidade. “Foi quando nos deparamos com uma terceira espécie, que era muito igual a essas duas em questão de estrutura. Quando pedimos a identificação, percebemos que ainda não se tinha conhecimento deste besouro, e que tínhamos em mãos uma espécie nova”.

A descoberta, então, passou a fazer parte da pesquisa do Mestrado em Biologia Evolutiva de Raylen Ramos, em 2020. “Esse trabalho exigiu muita responsabilidade e provamos a cada etapa que era uma nova espécie. Quando eu escolhi fazer biologia, eu não imaginava que eu teria essa oportunidade. Foi um marco pra mim, uma conquista”, conta.

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Raylen estudou o Besouro Saltador dos Campos Gerais geneticamente, determinou o número e o comportamento dos cromossomos na divisão celular, além de análises moleculares, que auxiliam os pesquisadores a separar as espécies. “Fazer pesquisa é desafiador, é trabalhoso, mas é incrível colocar os conhecimentos sobre genética e evolução na prática. E quando esses conhecimentos são para descrever uma nova espécie fica mais incrível ainda”, comemora a bióloga.

Para descrever de forma completa a nova espécie, Bruno Begha integrou a equipe na função de sistemata – pesquisador que estuda ou cria sistemas de classificação. “Meu papel foi auxiliar e verificar se a morfologia da espécie que estávamos trabalhando era única ou compatível com alguma espécie já descrita ou conhecida”, conta.

A equipe comparou as diferenças anatômicas entre os besouros, desde cor das asas e estruturas da cabeça e da genitália. “A genitália desses besouros funciona em um sistema ‘chave-fechadura’, em que a forma, tanto dos machos quanto das fêmeas, tende a ser única para cada espécie. Isso torna uma característica útil e comumente usada para identificar e registrar novas espécies”, completa.

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O novo besouro já está nas revistas científicas. A fotografia do inseto virou capa da revista internacional Zoologischer Anzeiger, que trata de estudos da zoologia. “Ele é um besouro muito bonito, muito simpático, então ficamos muito felizes, porque é uma forma de reconhecimento”, destaca a professora Mara.

A docente trabalha com besouros há mais de 20 anos. “Ficamos muito felizes como docentes de ver o trabalho dos nossos alunos ser reconhecido, porque o trabalho científico depende de divulgação e publicação dos nossos trabalhos. É gratificante ver a evolução dos nossos alunos”, conclui.

O artigo da descoberta pode ser lido AQUI (em inglês).

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