O inverno se despede nesta segunda-feira (22) com a sensação de dever cumprido no Paraná: de acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) as temperaturas em 2025 ficaram dentro a abaixo da média em todas as regiões durante todo o período iniciado em 20 de junho - cenário bem diferente dos três últimos anos, em que o inverno foi mais quente. Já as chuvas foram acima da média em junho, e abaixo da média na maioria das estações meteorológicas do Simepar em julho e agosto.
LEIA MAIS: Jovem fica ferida após acidente de moto na BR-376 em Cambira
Em 2025 as estações meteorológicas do Simepar e a estação em General Carneiro (Sul) do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) registraram 59 temperaturas abaixo de 0ºC em 26 cidades. Os dias 24 e 25 de junho foram os mais frios do ano em todas as estações meteorológicas.
A temperatura mais baixa do ano em todo o estado foi em General Carneiro: -7,8°C em 25 de junho. No mesmo dia Curitiba registrou -0,3°C. A Capital não via temperaturas negativas desde julho de 2021, quando registrou -0,8°C. A data também marcou registro de geada negra em algumas regiões do estado.
Em junho de 2025 a temperatura média ficou menos de dois graus abaixo da média, ou igual a média histórica para o mês. As temperaturas mínimas só ficaram levemente acima da média na região de Cândido de Abreu, região Central. As temperaturas máximas ficaram dentro ou abaixo da média em todo o Estado, com destaque para as cidades ao redor de Cianorte (Noroeste), que tiveram as máximas cerca de 2,8°C abaixo da média: ou seja, esses municípios vivenciaram tardes mais geladas em junho de 2025.
A temperatura mais alta de junho foi em Loanda: 30.6°C às 16h do dia 28.
Em julho de 2025, Cerro Azul, Cornélio Procópio, Palotina, Santo Antônio da Platina e Cruzeiro do Iguaçu tiveram temperaturas entre 2°C e 3°C abaixo da média mensal. A temperatura mais alta de julho foi em Loanda: 33.2°C às 14h do dia 27. A temperatura mais baixa de julho foi em General Carneiro: -3,4°C no dia 30.
Também em julho, Curitiba ficou 83 horas com temperatura abaixo da casa dos 10°C. O período foi encerrado pouco depois das 9h do dia 4, quando a temperatura chegou a 11,4°C. A capital paranaense não registrava um período tão longo com temperaturas na casa de 10°C ou abaixo desde julho de 2013, quando chegou a 93 horas nestas condições. Em junho deste ano ocorreu um período consecutivo um pouco menor: foram 67 horas abaixo de 10°C.
Em agosto, a amplitude térmica foi o destaque no Paraná. As temperaturas máximas chegaram a ultrapassar os 36°C em Antonina, Cerro Azul, Loanda, Capanema e Paranaguá em algumas tardes, e teve veranico na região Noroeste. Mesmo assim, devido ao registro de mínimas baixas no amanhecer, todas as estações meteorológicas do Simepar registraram em agosto de 2025 temperaturas médias dentro a abaixo da média histórica para o período.
A diferença maior foi em Palotina, no Oeste, que ficou com 2,2°C abaixo da média, que é de 18,7°C. A cidade teve 16,5°C de temperatura média em agosto de 2025, a mais baixa desde 2018, quando registrou 15,7°C em agosto. A temperatura mais alta de agosto de 2025 foi em Antonina: 37.6°C às 14h do dia 23. A temperatura mais baixa de agosto foi em General Carneiro: -1,6°C no dia 10.
No dia 12, a temperatura baixa foi apontada pela Polícia Científica como uma das causas da explosão que causou nove mortes em uma fábrica de explosivos em Quatro Barras. Os dados das condições meteorológicas no dia foram enviados para a Científica pelo Simepar.
Em setembro, a temperatura mais baixa até o dia 16, próximo ao fim do inverno, foi 2,1°C no dia 11 em General Carneiro. A temperatura mais alta no mesmo período foi 37°C em Loanda, às 16h do dia 8.
GEADA – A 31ª edição do serviço Alerta Geada iniciou em maio e se encerra nesta sexta-feira (19). Durante o período foram emitidos 28 alertas de geada no Paraná: cinco em maio, seis em junho, onze em julho e mais seis em agosto. General Carneiro registrou seis dias consecutivos de geada em agosto.
Foram emitidos boletins diários durante todos os 137 dias de operação. O Alerta Geadas é um serviço do Simepar em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) que, desde 1995, informa a previsão de geadas para a população e para os agricultores, em especial, com 24h, 48h e 72h de antecedência.
CHUVA – As chuvas foram irregulares durante o inverno no Paraná. Em junho, a maioria das cidades com estação meteorológica do Simepar tiveram registro de chuva acima da média histórica no mês. A única exceção foi Santo Antônio da Platina (Norte Pioneiro), onde historicamente chove 60,3 mm em junho e em 2025 choveu no mês 43,6 mm, menos de 17 mm abaixo da média.
Em São Miguel do Iguaçu, no Oeste, a média histórica de chuvas para junho é de 109,5 mm e choveu em junho de 2025 387,4 mm, ou seja, 277,4 mm acima da média: o maior volume de chuvas para o mês de toda a série histórica, iniciada em 1997. Em Capanema (Sudoeste) a média é de 102,5 mm e choveu em junho de 2025 350,8 mm, uma diferença de 248,2 mm: o maior volume de chuvas da série histórica para o mês, iniciada em 2018.
Em Cruzeiro do Iguaçu, também no Sudoeste, a média para junho é de 136,4 mm e choveu 543,4 mm, uma diferença de 406,5 mm. Foi o maior volume mensal de chuvas desde a instalação da estação na cidade, em setembro de 2021. Foz do Iguaçu (Oeste) também teve chuva muito acima da média: Em junho historicamente chove 86,1 mm na cidade, e choveu 358 mm em junho de 2025: uma diferença de 271,8 mm.
Já em julho, apenas oito estações meteorológicas do Simepar atingiram ou ultrapassaram a média histórica de chuva para o mês neste período de 2025: Altônia, Capanema, Cascavel, Foz do Iguaçu, Loanda, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu, Toledo. A cidade onde mais choveu em julho de 2025 foi Toledo, no Oeste: 101,6 mm, apenas 15,4 mm acima da média histórica de chuvas para o mês na cidade, que é de 86,5 mm. A média de todo mês nestas cidades foi atingida em pouquíssimos dias. O resto do mês foi seco.
Em outras 36 estações, a média de chuva não foi atingida. A cidade que teve menos chuva em comparação a média foi Telêmaco Borba, região Central do estado, onde a média para julho é de 94,7 mm e choveu no mês em 2025 apenas 11,8 mm, ou seja, uma diferença de 82,7 mm.
Em agosto, das 50 estações meteorológicas do Simepar, levando em consideração as que possuem mais de oito anos de medição, apenas 19 ultrapassaram a média de acumulado de chuva referente ao mês de agosto. Entre elas, o destaque fica para Pinhão, no Centro-Sul, onde choveu 113,5 mm acima da média; e Santa Helena (Oeste), onde choveu 111,8 mm a mais do que a média histórica.
Em outras regiões do estado, praticamente não choveu. Em Cambará, no Norte Pioneiro, o pluviômetro do Simepar não registrou nem 1 mm de chuva durante todo o mês de agosto. A última chuva significativa na cidade foi em 28 de julho, quando o pluviômetro registrou acumulado de 16,2 mm. Este foi um dos únicos dias de chuva em todo o mês de julho, que registrou um acumulado de 20 mm, menos da metade da média histórica para o período, que é de 46,4 mm.
Em Jaguariaíva, nos Campos Gerais, a média histórica do acumulado de chuva para agosto é de 74,2 mm, e choveu apenas 3,8 mm - o menor volume de chuvas para o mês nos últimos 12 anos. Em Telêmaco Borba, a média de chuva para agosto é de 80,5 mm, e choveu apenas 4 mm - o menor volume de chuvas no mês dos últimos 25 anos.
O mês foi de extremos: Castro (Campos Gerais) vivenciou uma precipitação de granizo histórica no dia 26 de agosto, que em poucos minutos cobriu várias ruas de gelo e causou muitos prejuízos.
Em setembro, nenhuma estação atingiu a média de acumulado de chuva nos primeiros 15 dias do mês. O período mais chuvoso do mês historicamente, entretanto, é a segunda quinzena.
Deixe seu comentário sobre: "Paraná teve inverno mais frio que anos anteriores e chuvas irregulares"