Pelo menos 4.138 pessoas diagnosticadas ou com suspeita de covid-19 aguardavam na terça-feira (9) por um leito de atendimento em hospitais do País - 2.043 delas estavam na fila da UTI. O dado, que reforça a noção de descontrole da pandemia, foi obtido pelo Estadão com base em um levantamento com as secretarias estaduais de Saúde.
Treze Estados informaram ter paciente em algum grau de espera, 6 disseram que não têm fila e 8 não responderam ou disseram não ter os dados consolidados de lista de espera. Dezesseis Estados apresentavam ontem taxa de ocupação de UTIs igual ou superior a 80%.
A situação mais crítica é a do Paraná, Estado que registra a maior fila, com 1.071 doentes aguardando transferência anteontem - 519 deles por um leito de terapia intensiva. Na sequência estava São Paulo, com mil pacientes na espera (não foram especificados quantos são por UTI ou por leitos clínicos).
Os outros Estados da região Sul, que vêm registrando cenas de colapso desde a semana passada, continuam em situação crítica. São 388 nomes na lista de espera por UTI em Santa Catarina - que tem a maior taxa de ocupação do País (99,16%) - e 248 no Rio Grande do Sul. Também em situação delicada está a Bahia, onde 326 pacientes aguardavam ontem por uma vaga de UTI.
Respiradores
Infectologista de dois dos maiores hospitais de Porto Alegre (um público e outro privado), Alexandre Zavascki conta que os profissionais estão tendo de utilizar respiradores não ideais para pacientes com covid diante da falta de equipamentos do tipo. "São respiradores que seriam adequados para um paciente que está apenas anestesiado durante uma cirurgia. Não são ventiladores com capacidade plena em todos os parâmetros", diz o especialista.
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