Paraná estimula empresas a reduzirem emissão de gases de efeito estufa
Estado possui uma Política sobre Mudança do Clima que tem o objetivo de contribuir para as práticas sustentáveis para limitar o aquecimento global
Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline
O Paraná, um dos estados mais sustentáveis do Brasil, conta com uma série de iniciativas voltadas à redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE), visando reduzir os impactos das mudanças climáticas. Desde 2012, o Estado possui uma Política sobre Mudança do Clima instituída por lei, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de práticas sustentáveis para limitar o aquecimento global.
Um dos pilares dessa estrutura é o Inventário Estadual de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), desenvolvido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), em parceria com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que abrange os 399 municípios e detalha as emissões por setor. É o primeiro estado brasileiro a apresentar informações especializadas em nível municipal, o que permite um diagnóstico preciso e orienta políticas de mitigação e adaptação em todo o território.
Dentro da Política Estadual sobre Mudança do Clima está uma das principais formas de incentivo e reconhecimento às práticas de redução da emissão de GEE: o Selo Clima Paraná. A certificação reconhece as boas práticas ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) desenvolvidas pelas organizações paranaenses, acompanhando os resultados do monitoramento e medidas de mitigação de gases de efeito estufa. Desde 2015, quando foi lançado, 495 organizações foram reconhecidas pelo prêmio, entre públicas e privadas.
O secretário estadual Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, destaca o impacto do certificado para as organizações participantes. “Mais do que uma certificação, o Selo Clima representa um compromisso público com a sustentabilidade, promovendo a cultura ESG em diferentes esferas. A metodologia é fundamentada nos princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, além de outros compromissos internacionais como as campanhas Race to Zero e Race to Resilience”, ressaltou.
“A proposta é destacar organizações que, por meio de ações concretas, demonstram protagonismo ambiental e responsabilidade socioeconômica em seus campos de atuação”, explicou Everton Souza, diretor-presidente do Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Sedest. “É uma oportunidade de valorização da atuação climática de cada participante, reforçando a imagem institucional de quem recebe a certificação.”
Em 2025, o Selo Clima registrou um crescimento de mais de 70% em relação ao ano anterior, reunindo mais de 300 organizações inscritas. A adesão crescente demonstra a capacidade do Paraná de engajar o setor produtivo e criar um ambiente favorável à transição para uma economia de baixo carbono, posicionando o Estado como referência nacional nesse tipo de política. A divulgação dos resultados deste ano ocorrerá nesta terça.
Entre as empresas participantes do Selo Clima e que realizam inventário de emissão de GEE estão a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Em 2025, a empresa contratou um Plano de Descarbonização, iniciativa inédita no saneamento básico brasileiro. O plano visa atuar em um setor ainda pouco contemplado em políticas de redução de carbono, especialmente no tratamento de esgoto.
O diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, ressalta que o projeto traçará um caminho viável de redução das emissões de gases de efeito estufa pela empresa, a partir de ações estruturadas de mitigação, compensação e modernização tecnológica. “O trabalho é abrangente, focado em diagnóstico robusto, estudo de alavancas de descarbonização e definição de cenários de redução, visando soluções viáveis para o dia a dia da Companhia”, afirmou.
Dentro da agenda climática da Sanepar, a sede administrativa em Curitiba atingiu a neutralidade de carbono através da compra de créditos de projetos sustentáveis. A ação demonstra a viabilidade da compensação de carbono e apoia a transição para uma economia de baixas emissões.
→ Leia mais: PR mantém desconto de 6% à vista e IPVA 2026 pode cair pela metade
A meta é que o Plano de Descarbonização amplie essa abordagem para toda a operação, alinhando eficiência operacional com os compromissos ambientais da empresa e contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Acordo de Paris, que prevê manter o aumento da temperatura global em até 1,5ºC em relação ao período pré-industrial.
A Sanepar faz o inventário de emissões de gases de efeito estufa desde 2008 e já conquistou o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol por nove vezes, reforçando a liderança e compromisso contínuo. O objetivo é aliar crescimento econômico, inovação tecnológica e responsabilidade ambiental, servindo de inspiração para outras empresas do setor.
Assim como a Sanepar, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) é membro pioneiro do GHG Protocol, elaborando inventário desde 2009 e com certificação por uma empresa de terceira parte. Além disso, também monitora as emissões e traça estratégias com base nos resultados obtidos. O objetivo é de que, até 2030, as emissões próprias da Copel sejam zeradas.
Uma das metas da Companhia era se tornar uma empresa de geração renovável, fato conquistado em 2024. Além disso, a Copel tem investido em carros elétricos para redução das emissões e participa do Selo Clima Paraná desde a primeira edição. Dentro do setor elétrico, é uma das empresas com menor emissão própria no País.
“O inventário de emissões é a base que orienta nossas ações para reduzir a pegada de carbono da Copel com precisão e responsabilidade. Já antecipamos a meta de geração de energia 100% renovável e estamos ampliando investimentos em eficiência energética, eletrificação veicular e novas tecnologias para acelerar a neutralidade de carbono até 2030, mostrando que é possível crescer de forma sustentável e responsável”, ressalta o presidente da Copel, Daniel Slaviero.
A Portos do Paraná, responsável pelos portos de Paranaguá e Antonina, também tem buscado a redução de sua pegada de carbono. Em 2025, a empresa pública recebeu da Fundación Valenciaport o relatório de emissões de GEE dos portos paranaenses. A partir dos dados apresentados, será desenvolvido o Plano de Descarbonização da Comunidade Portuária.
“Estamos somando esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e atingir as metas da Agenda 2030 e também de 2050 para descarbonização”, reforça o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana.
Uma das medidas adotadas pela Portos do Paraná para reduzir a emissão de GEE é a Portaria dos Navios Verdes, que concede preferência de atracação a embarcações menos poluentes, ou seja, que utilizam combustíveis ou tecnologias embarcadas capazes de reduzir suas emissões. “Todos os navios com maior eficiência energética, que emitam menos gases de efeito estufa, têm prioridade na Portos do Paraná”, concluiu.
📲Clique aqui para entrar no nosso grupo do WhatsApp e receber nossas notícias em primeira mão
Últimas em Paraná
Mais lidas no TNOnline
Últimas do TNOnline