Pai é suspeito de obrigar filhas a criarem conteúdo sexual no Paraná

A Polícia Civil do Paraná investiga um pai e uma madrasta suspeitos de explorar sexualmente duas adolescentes, de 14 e 16 anos, que são a enteada e a filha dele, respectivamente. Segundo a investigação, o casal obrigava as jovens a produzir fotos e vídeos de conteúdo sexual, estipulando metas diárias e horários de entrega do material.

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O esquema foi descoberto e denunciado pela mãe das vítimas em fevereiro deste ano. Ela relatou à polícia que a filha mais velha, que trabalhava com ela, perdeu o emprego depois que o pai enviou conteúdos das adolescentes para a patroa delas. Em depoimento, a mãe disse que foi ameaçada por números desconhecidos, sendo acusada de não cuidar bem das filhas. Ao pegar o celular da adolescente mais nova, a mãe encontrou mensagens com ameaças diárias.

Segundo a polícia, a investigação revelou que o casal utilizava uma linguagem de "seita" para coagir as vítimas. Mensagens recuperadas mostram um tom de misticismo e ameaças para garantir a produção e o envio dos conteúdos, muitas vezes com prazos de apenas uma hora. Em um trecho, os suspeitos escreveram: "Por favor, não hesite em errar de novo, ou novamente para que se apaguem todas as suas oportunidades, ok? Seja esperta e não faça por errar para que tenhas que ser punida sem chance de volta [...] Você tem apenas uma hora a partir de agora para concluir seu acordo diário, ok?".

A mãe das vítimas relatou que as adolescentes estão traumatizadas, e a mais velha não quer mais frequentar a escola devido à exposição e ao bullying.

Prisões

A madrasta foi presa na última quinta-feira (21) em Curitiba, e uma segunda mulher detida em Cerro Azul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), suspeita de ter ligações com os números de telefone usados para solicitar e divulgar as imagens. As duas mulheres foram levadas para a delegacia de Rio Branco do Sul para depor. O pai, que é pai da jovem de 16 anos e padrasto da de 14, está foragido.

Os suspeitos são investigados por coação, divulgação e armazenamento de imagens de exploração sexual infantojuvenil, associação criminosa e ameaça. A Polícia Civil apreendeu celulares e computadores, encontrando conversas entre o pai e a madrasta, além de registros de números com DDD do Amazonas. A polícia trabalha com a hipótese de que o material era comercializado em redes criminosas.

A investigação continua em andamento para localizar o pai foragido e identificar se há mais pessoas envolvidas no esquema.