Onça é flagrada em Apae em nova aparição do felino em áreas urbanas no PR
Biólogo explica que a perda de habitat e a fragmentação das matas têm aproximado a espécie de áreas rurais e urbanas
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O aparecimento de onças na área urbana de várias cidades do Paraná tem chamado atenção nas últimas semanas. O caso mais recente ocorreu nesta segunda-feira (18) em Cascavel, no Oeste do Paraná, onde o felino foi flagrado dentro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) da cidade. Segundo biólogo ouvido pelo TNOnline, a maior presença é reflexo da perda do habitat desses animais.
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A onça entrou na escola durante a madrugada quando ainda não havia nenhuma criança no local. O caseiro da instituição percebeu a presença do felino e acionou as autoridades. No vídeo das câmeras de monitoramento, é possível ver a onça correndo pelos corredores da escola. Veja abaixo
Depois de sair da Apae, o animal foi avistado nas ruas do Jardim Tropical. Segundo o Corpo de Bombeiros, há uma mata e um córrego nas proximidades. O Corpo de Bombeiros e o Instituto Água e Terra (IAT) fizeram buscas pela região, mas não encontraram o felilno.
Na semana passada, uma onça foi vista no município de Faxinal, que fica no Centro-Norte do Paraná. O registro aconteceu na estrada que liga a Vila Nova à Igreja dos Ucranianos, a cerca de 2 km da área urbana. As imagens foram feitas por um morador, que passava de carro pelo local e se deparou com o animal.
Nas últimas semanas, moradores de Faxinal registraram ao menos duas aparições de onça-parda na região. O biólogo Fernando Felippe, que mantém um projeto de monitoramento de onças na região de Apucarana, no Norte do Paraná, explica que, apesar da frequência dos flagrantes, o animal sempre esteve presente no território do Paraná e não costuma representar ameaça direta às pessoas.
“No Brasil, em 40 ou 50 anos, não chegam a 70 registros de ataque. Casos letais são ainda mais incomuns. Temos muito mais ataques graves de cachorro ou até mesmo de gado do que de onça”, compara.
Felippe explica que o felino caça presas de médio porte na natureza, como capivaras, pacas e aves. Porém, a perda de habitat e a fragmentação das matas têm aproximado a espécie de áreas rurais e urbanas, onde encontra facilidade para atacar animais domésticos como cães, gatos, bezerros, carneiros e porcos.
“Antes havia mais floresta, e a onça, que é um animal discreto, vivia escondida. Hoje, com menos mata e o território precisando ser maior, ela acaba se expondo ao atravessar áreas abertas. É nesses momentos que as pessoas conseguem filmar ou fotografar o animal”, explica.
O biólogo lembra ainda que a popularização dos celulares ampliou a quantidade de registros em vídeo, o que dá a impressão de aumento populacional. “Elas sempre existiram na região. A diferença é que, além do relato, agora temos imagens. ”
Orientações em caso de encontro com onças
Felippe alerta que todo animal silvestre merece cuidado. Ele destaca duas situações em que a onça pode se tornar perigosa: quando está com filhotes ou defendendo uma carcaça de caça.
“Nunca toque em filhotes de felinos ou em animais mortos encontrados na mata. O ideal é acionar os órgãos ambientais, que vão avaliar a situação”, recomenda.
O especialista reforça que a regra principal é evitar qualquer tentativa de aproximação. “Para qualquer contato com animal silvestre, a melhor atitude é ligar para os órgãos responsáveis. A onça respeita o ser humano como predador, mas se for acuada ou provocada, pode reagir”, conclui.
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