Obra na PR-364 é paralisada após descoberta de fósseis pré-históricos

A obra de pavimentação da PR-364, no trecho entre Irati e São Mateus do Sul, no centro-sul do Paraná, foi paralisada após a descoberta de fósseis de animais pré-históricos, chamados Mesosaurus brasiliensis, mais antigos que os dinossauros. A interrupção ocorreu a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que alertou para riscos de danos ambientais e arqueológicos.

- LEIA MAIS: Buscas por menino de 2 anos desaparecido chegam ao sexto dia no PR

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), responsável pela rodovia, 52,72% da obra já havia sido executada. O trecho a ser pavimentado tem 1,6 km, inclui a implantação de um viaduto no entroncamento com a BR-153 e representa um investimento de R$ 23,7 milhões. Atualmente, o tráfego é feito por via municipal para acessar as rodovias.

A paralisação ocorreu após o cancelamento da licença ambiental emitida pelo Instituto Água e Terra (IAT), que não contou com a análise do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), caracterizando falha no licenciamento. A procuradora da República Monique Cheker, autora da recomendação do MPF, destacou que qualquer continuidade da obra deve depender de vistoria do Iphan e estudos arqueológicos e paleontológicos adequados.

Os fósseis encontrados, pertencentes à espécie Mesosaurus brasiliensis, são lagartos aquáticos que viveram há cerca de 280 milhões de anos e já foram encontrados em diferentes partes do mundo, como América e África. Esses vestígios ajudaram a comprovar a teoria do supercontinente Pangeia, quando os continentes estavam unidos.

A descoberta inicial na região ocorreu em maio de 2025, durante uma obra na BR-153, e os fósseis foram posteriormente estudados por pesquisadores da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

O DER-PR afirmou que estuda soluções para retomada da obra ou alternativas de execução, mas ainda não há previsão de um novo cronograma. A obra estava prevista para ser concluída até 28 de novembro, antes da paralisação.

Foto por Divulgação/Unicentro - Pesquisadores da Unicentro