Mulher é resgatada após passar 10 anos em cárcere privado no Paraná
Marido da vítima, de 66 anos, usava complexa rede de manipulação psicológica para manter a mulher reclusa; ele foi preso em flagrante
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Uma mulher de 36 anos foi resgatada pela Polícia Civil após passar dez anos em cárcere privado, em Paranaguá, no litoral do Paraná. A ação foi desencadeada após uma denúncia anônima feita pela mãe da vítima, que relatou não conseguir contato com a filha. O marido da vítima, de 66 anos, foi preso em flagrante.
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O resgate ocorreu quando uma equipe policial foi até a residência do casal. Inicialmente, o homem se recusou a abrir a porta, mas cedeu após a insistência dos agentes. Ao saírem da casa, os policiais se depararam com uma cena de pânico. A vítima demonstrava forte confusão mental, falava frases sem nexo e parecia não ter noção do tempo ou do espaço em que estava.
A delegada Maluhá Soares, responsável pelo caso, explicou que o suspeito usava uma complexa rede de manipulação psicológica para manter a mulher reclusa. Ele criava "cenários fantasiosos", convencendo a vítima de que ela corria risco de morte caso saísse da residência. Entre as histórias contadas, ele afirmava que um homem a perseguia com a intenção de matá-la e que seus documentos desatualizados a levariam para a prisão ou à morte.
Durante a ação, a polícia também constatou as condições precárias da casa, que não possuía água encanada nem sanitários, com a água sendo armazenada em baldes. Após a saída da mulher, vizinhos que moravam no local há anos afirmaram nunca a terem visto.
O advogado de defesa do suspeito, Luiz Illipronte, negou que se tratasse de um caso de cárcere privado. Ele argumenta que "eles viviam em comunhão" e que a decisão de sair ou não de casa "era uma decisão em conjunto, dela também". O homem permanece à disposição da Justiça enquanto o caso segue em investigação.
A mulher foi encaminhada para atendimento médico e psicológico, onde receberá o suporte necessário para se recuperar do trauma. A Polícia Civil solicita que a população colabore com informações que possam ajudar a elucidar crimes, e as denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos telefones 197 e 181.
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