MP recomenda proteção a crianças indígenas após crime brutal no PR
Cidade de Guaíra vive tensão desde a morte de jovem Avá Guarani decapitado

O Ministério Público do Paraná (MPPR) e o Ministério Público Federal (MPF) emitiram, nesta sexta-feira (15), uma recomendação administrativa às forças de segurança em nível nacional, estadual e municipal para reforçar a proteção de crianças e adolescentes indígenas em Guaíra, no Oeste do Paraná.
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A cidade está em estado de pânico desde o dia 12 de julho, quando um jovem indígena de 21 anos foi encontrado decapitado junto com uma carta contendo ameaças à população Avá Guarani, incluindo possíveis ataques a ônibus escolares e às comunidades da região.
A recomendação foi encaminhada ao Comando da Força Nacional de Segurança Pública, à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), à Polícia Militar, ao Batalhão de Polícia de Fronteira, à Polícia Federal, à Polícia Rodoviária Federal, à Polícia Civil e à Guarda Municipal de Guaíra. O documento é assinado por órgãos do MPPR e do MPF ligados à proteção dos direitos humanos e indígenas.
Entre as medidas solicitadas estão o reforço no policiamento durante o transporte escolar, a criação de um plano de segurança para os estudantes com participação de lideranças indígenas, articulação com órgãos de inteligência e monitoramento de crimes de racismo e discriminação.
As instituições destinatárias têm 20 dias para informar sobre as providências adotadas. O não cumprimento pode levar à adoção de medidas administrativas e judiciais.