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Moradores de Rio Bonito do Iguaçu começam a reconstruir a vida

Mais de mil pessoas estão desalojadas, acolhidas em casas de familiares e amigos

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Moradores de Rio Bonito do Iguaçu começam a reconstruir a vida
Autor Moradores começaram a reconstruir suas vidas após tornado devastador - Foto: Roberto Dziura Jr./AEN

O cenário é similar ao de uma guerra, mas ainda assim a esperança é o que tem movido milhares de famílias de Rio Bonito do Iguaçu, cidade de 14 mil habitantes do Centro-Sul paranaense atingida por um tornado na última sexta-feira (07). Em meio aos escombros, moradores começaram a limpeza e as primeiras ações de reconstrução, amparados pela solidariedade de vizinhos e por ações do Governo do Estado, como a liberação de R$ 50 milhões. Mais de mil pessoas estão desalojadas, acolhidas em casas de familiares e amigos.

LEIA MAIS: Doações podem ser feitas em Apucarana para ajudar Rio Bonito do Iguaçu

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Entre essas famílias está a de Romualdo Vovani, de 45 anos. Ele mora em Laranjeiras do Sul e veio para a cidade poucos minutos após a chuva. Lá ele encontrou pai e mãe, que tiveram a casa e o comércio destruídos. “Era o ganha-pão deles há mais de 30 anos. Cheguei minutos depois, quando vi as primeiras notícias. O pai estava com alguns cortes, mas bem, assim como minha mãe”, recordou, sobre o cenário que encontrou no início da noite de sexta.

“A sensação que a gente vive nesse momento é indescritível, porque você não sabe o que vai encontrar. Eu pensava ‘será que vou encontrar meus pais com vida?’, e graças a Deus foi só perda material”, contou. Os serviços agora estão concentrados na limpeza da cidade. “Tem muito lixo. Os móveis estão todos estragados, então tudo o que não tem mais serventia a gente joga fora. A prefeitura está fazendo um trabalho ágil e tem muita gente ajudando”.

“Primeiro, é remover o entulho. Depois, vamos pensar em como recomeçar, cobrir a casa deles, que é a prioridade, e seguir aos poucos. A gente sente que o poder público está bastante preocupado. Ninguém estava preparado para algo assim, ninguém tem dinheiro guardado para esse tipo de situação. E o que a gente mais tem visto é a solidariedade. Além da ajuda prática, aquece o coração saber que as pessoas estão preocupadas e solidárias nesse momento tão difícil”, acrescentou.

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Ele era adolescente quando um tornado passou por Nova Laranjeiras, em 1997. “Lembro que foi terrível, com alguma semelhança ao que aconteceu aqui. Mas me parece que agora a proporção é maior, muito mais dolorosa. Nunca tinha visto algo tão forte”, ressaltou. Mas a esperança permanece. “Sou otimista. Acho que Nova Laranjeiras, depois daquele momento, se renovou. Não é fácil, mas acredito que Rio Bonito vai ter uma nova cara daqui para frente. Tem que ser otimista, não dá para desanimar”.

O cenário de pânico também foi vivido pela esposa de José Godoy, 41 anos, grávida de quatro meses e que estava sozinha em casa quando a chuva e o vento vieram com força total. “Antes do temporal, recebemos um alerta da Defesa Civil em Quedas do Iguaçu. Logo vim para cá com a família e, quando chegamos, o desastre já tinha acontecido”, contou. “Ela estava apavorada, passando mal. Disse que escutou um estrondo, tentou se proteger como pôde, se abaixou debaixo da mesa enquanto caíam pedaços do telhado.”

Depois do susto, a esposa foi para casa dos pais em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado. Para José, o mais importante é a vida da esposa e do filho do casal. “Os bens materiais a gente recupera. Mas eu fiquei feliz e aliviado por achar ela com vida. Isso é o mais importante. Claro que dá tristeza ver tudo destruído, mas aos poucos se recupera. A vida, não. A vida é irrecuperável”, disse.

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Ele, que é ex-militar da Marinha, participou da missão de paz no Haiti, iniciada em 2004 e que durou 13 anos. “Lá eu cheguei depois, quando tudo já tinha acontecido. Nunca tinha vivido algo assim, no momento em que ocorre, e tão perto da minha casa. É completamente diferente”, afirmou. Perguntado se pensa em morar em outra cidade, a resposta é rápida. “Quero ajudar a cidade a se reerguer e seguir em frente.”

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