Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Paraná

publicidade
TECNOLOGIA

Monitoração simultânea contra feminicídios está em uso no Paraná

O projeto de Monitoração Eletrônica Simultânea (MES) monitora os agressores com tornozeleira eletrônica para que eles não se aproximem de suas vítimas

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

Monitoração simultânea contra feminicídios está em uso no Paraná
Autor O programa mulher segura já está em vigor no Paraná - Foto: Geraldo Bubbniak/AEN

A tecnologia se tornou uma aliada para a redução dos casos de feminicídio e violência contra a mulher no Paraná. Fruto de uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Segurança Pública, Tribunal de Justiça e Ministério Público do Paraná, o projeto de Monitoração Eletrônica Simultânea (MES) monitora os agressores para que eles não se aproximem de suas vítimas, ampliando a proteção a mulheres que têm medidas protetivas ativas.

O projeto-piloto está em execução desde setembro em Curitiba e deve ser ampliado para municípios do Interior a partir do ano que vem. “Temos homens monitorados pela Polícia Penal com a tornozeleira eletrônica. Independente de onde a mulher estiver, ela vai ser protegida pelo Estado”, afirma o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

Por determinação do Judiciário, é colocada uma tornozeleira eletrônica no agressor, monitorada pelo Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), e a vítima recebe um smartphone para que seja alertada caso ele se aproxime dela. Os casos são analisados pela Justiça, atendendo tanto as mulheres que já têm a medida protetiva, como aqueles casos mais graves, em que o autor não está cumprindo as medidas já concedidas e a integridade física da mulher é colocada em risco.

LEIA MAIS: Procuradoria da Mulher de Apucarana inaugura sede própria

O juiz responsável por analisar o caso estabelece as distâncias mínimas entre o agressor e a vítima, divididas em dois raios: o de advertência, geralmente de um quilômetro de distância, e o de exclusão, de 500 metros. A partir do momento que o agressor entra no raio de advertência, ele recebe avisos, com alertas na tornozeleira e ligações do Deppen, para que saia daquele local e se afaste da vítima.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao mesmo tempo, a mulher também é avisada por meio do smartphone e recebe a localização do agressor, para que ela possa encontrar um local seguro e se proteger até a chegada da força policial. Se mesmo com os alertas o agressor avançar e ultrapassar o raio de exclusão, a Polícia Militar é acionada para que seja deslocada uma viatura até a vítima.

“Com o raio de advertência, o agressor é alertado para que saia de perto da vítima. Se ele ultrapassa o raio de exclusão, a polícia já é acionada”, explica a juíza Camila de Britto Formolo. “Com a tecnologia, a mulher tem essa previsão e não é pega desprevenida. Ela vai ver que ele está se aproximando e vai conseguir se deslocar, não vai mais ser surpreendida por aquele agressor perto dela ou de sua casa”.

A delegada-chefe da Delegacia da Mulher de Curitiba, Emanuelle Siqueira, explica que o sistema é adotado a partir do momento em que as outras medidas de proteção à vítima não estão sendo cumpridas pelo agressor. “Quando a vítima faz um boletim de ocorrência e comunica a Polícia Civil de que o agressor está descumprindo as medidas de proteção, nós levamos a informação ao Poder Judiciário e podemos solicitar a aplicação da monitoração simultânea para aqueles casos em que as medidas que foram concedidas não estão sendo eficazes”, afirma.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Cada conduta que o agressor pratica descumprindo a medida protetiva, por exemplo, ao ligar para a vítima, é um novo crime. E essa informação precisa chegar à rede de proteção para que a proteção seja mais efetiva”, ressalta. “Eu oriento as mulheres a procurarem a polícia, a Defensoria Pública ou advogado que trata de seu caso sempre que ela se sentir ofendida ou ameaçada, para receber as orientações adequadas”.

INTEGRAÇÃO – Para o secretário da Segurança Pública, esse trabalho integrado busca impedir novos casos de feminicídio. “Temos um trabalho muito coeso e integrado entre Poder Judiciário, Ministério Público, as forças de segurança, a rede de proteção dos municípios, Patrulha Maria da Pena e as guardas municipais”, diz. “Todo mundo está envolvido nesse contexto para que não aconteçam novos casos. Temos pressa para que o sistema seja conhecido pela sociedade e pelas próprias forças de segurança, para que possamos aperfeiçoá-lo e disponibilizá-lo a mais mulheres”.

“Esse incremento que a Secretaria de Segurança Pública do Paraná vem dando, com recursos para promover a proteção das vítimas de violência doméstica, é fundamental para a preservação da vida, que é nosso ponto principal, como também para facilitar o andamento dos processos na Justiça”, ressalta a promotora Tarcila Santos Teixeira, do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público do Paraná (GAESP/MPPR).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ela explica que a ideia da monitoração simultânea é promover a defesa da vítima, ao mesmo tempo em que há um comprometimento por parte do Poder Público para articular sua proteção. “É um trabalho para o fortalecimento e proteção efetiva dessa vítima e a buscar para entregar segurança e dar resposta e justiça a ela”, afirma. “Isso porque esse sistema também pode ser utilizado na investigação e na fase processual. Quanto mais protegida a vítima se mostra, mais segura ela está para o enfrentamento desse processo”, complementa.

NOVA TECNOLOGIA EM ANÁLISE – Além disso, a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) está desenvolvendo uma ferramenta tecnológica inédita no País para mapear as probabilidades de mulheres que já foram vítimas de violência doméstica voltarem a serem agredidas. O Algoritmo de Revitimização de Violência Doméstica, um levantamento de inteligência artificial que cruza dados de Boletins de Ocorrência Unificados de 2010 a 2023, subsidiará no futuro ações preventivas mais efetivas das polícias paranaenses para evitar novas agressões e salvar vidas.

Serão analisados mais de 15 milhões de informações em boletins de ocorrências e no Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para chegar ao resultado que será apresentado em um dashboard com o mapeamento de fatores que apontam maiores probabilidades de novas agressões a mulheres. Neste rol estão, por exemplo, o fato do casal ter filhos; se a mulher tem dependência financeira do agressor; se ele está desempregado ou tem dificuldades financeiras; ou se tem acesso a armas de fogo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Paraná

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline