Mãe de criança arrastada por enxurrada relata momentos de desespero

A mãe da criança de 2 anos que morreu após ser arrastada por uma enxurrada, em General Carneiro (PR), relatou momentos de desespero na madrugada de quinta-feira (7), quando a casa da família foi inundada pela água da chuva.

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Em entrevista concedida à RPC, Josiane Zaia Camargo, disse que ela, o marido e as três filhas crianças foram dormir por volta das 22h30, quando a chuva estava fraca, e que ela acordou por volta da 1h com a casa já sendo inundada.

"Foi muito rápido; nós estávamos dormindo, eu escutei um barulho e quando olhei a minha cama tinha caído e o berço da 'nenê' já estava rodando... Quando fomos correr pra fora [da casa], não conseguimos nem pegar calçados; quando olhei, a parede já tinha levado todas as roupas e guarda-roupa. Perdemos tudo, tudo! [...] Só que isso eu não ligo, porque a pior coisa que eu perdi na minha vida foi minha filha", disse Josiane, em entrevista à RPC.

Quando a família percebeu que a casa estava sendo danificada pela força da água - que estava na altura da cintura dos adultos -, eles decidiram sair do imóvel para tentarem se salvar.

A mulher e o marido formaram uma espécie de "corrente humana" com as filhas de 10, 7 e 2 anos, mas a correnteza levou a menina de 7 anos. O pai se soltou para resgatar a criança e, neste momento, outra onda deixou a mãe e as outras duas filhas submersas.

Josiane conta que conseguiu segurar a filha mais velha pelos cabelos, mas a caçula, Kimberly Valentina Camargo, de 2 anos e quatro meses, foi levada pela enxurrada.

O corpo da menina foi encontrado nesta sexta-feira, no rio, a 2,5km da residência.