Leia a última edição
--°C | Apucarana
Euro
--
Dólar
--

Paraná

publicidade
FORÇA-TAREFA

Indígenas são resgatados de condições análogas à escravidão no PR

Ao todo, 46 indígenas da etnia Guarani Kaiowá foram recrutados em suas aldeias no MS com a promessa de emprego em uma usina de cana-de-açúcar

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Telegram
Siga-nos Seguir no Google News
Grupos do WhatsApp

Receba notícias no seu Whatsapp Participe dos grupos do TNOnline

Indígenas são resgatados de condições análogas à escravidão no PR
AutorIndígenas estavam em condições insalubres - Foto: Secretaria de Inspeção do Trabalho

Uma força-tarefa coordenada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho resgatou 57 trabalhadores de condições análogas à escravidão em Itambé, no norte do Paraná. Do total, 46 são indígenas da etnia Guarani Kaiowá, recrutados em suas aldeias no Mato Grosso do Sul com a promessa de emprego em uma usina de cana-de-açúcar.

-LEIA MAIS: Bancário é suspeito de "marcar" com tatuagem meninas exploradas sexualmente no PR

publicidade
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.

A operação, iniciada em 16 de outubro e divulgada nesta quarta-feira (22), é considerada o maior resgate de trabalhadores nesta situação no Paraná nos últimos anos, segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego.

As vítimas foram encontradas em um alojamento superlotado e insalubre, dependendo de doações para se alimentar. Um dos trabalhadores chegou a ser hospitalizado após ser picado por uma aranha no local, que acumulava lixo e não possuía armários ou estrutura básica de higiene.

Os nomes da empresa terceirizada que realizou o recrutamento e da usina de açúcar que receberia os serviços não foram divulgados.

publicidade

A investigação revelou um esquema de "servidão por dívida". Antes mesmo de deixarem o Mato Grosso do Sul, os trabalhadores foram coagidos a comprar produtos em um supermercado específico, gerando uma dívida coletiva estimada em R$ 45 mil, que seria descontada de seus futuros salários.

O recrutamento foi realizado por uma empresa terceirizada, com sede em São Paulo, em três aldeias diferentes. O grupo iniciou o trabalho na usina, localizada em São Pedro do Ivaí, em 14 de julho.

Contudo, após um rompimento de contrato entre a usina e a empresa recrutadora, os trabalhadores foram impedidos de continuar suas atividades e abandonados no alojamento em Itambé, a 34 quilômetros do local de trabalho. Sem receber salários, sem registro em carteira e sem terem passado por exames admissionais, eles ficaram sem meios de subsistência ou de retorno para casa. O aluguel do imóvel onde estavam alojados também não estava sendo pago.

publicidade

Os auditores-fiscais do Trabalho responsabilizaram tanto a empresa terceirizada quanto a usina tomadora do serviço pelas condições degradantes impostas aos trabalhadores.

Em uma negociação que contou com a participação do Ministério Público do Trabalho (MPT) и Polícia Federal (PF), a usina se comprometeu a quitar todas as verbas salariais e rescisórias devidas ao grupo. Segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho, as investigações prosseguem para apurar a responsabilidade criminal e por danos morais coletivos.

As vítimas receberão o suporte necessário para retornar às suas cidades de origem no Mato Grosso do Sul.

publicidade

Gostou da matéria? Compartilhe!

Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Email

Últimas em Paraná

publicidade

Mais lidas no TNOnline

publicidade

Últimas do TNOnline