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Indígena de 21 anos é decapitado em área de disputas de terras no PR

Polícia Federal (PF) e Polícia Civil do Paraná (PC-PR) investigam assassinato em Guaíra, no Oeste do Paraná

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Indígena de 21 anos é decapitado em área de disputas de terras no PR
AutorO rapaz é filho de Bernardo Rodrigues Diegro, cacique da Aldeia Yvyju Avary - Foto: Arquivo da Família

A Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Paraná (PC-PR) investigam o assassinato de um indígena de 21 anos em Guaíra, no Oeste do Paraná. Everton Lopes Rodrigues foi decapitado no último sábado (12). O rapaz é filho de Bernardo Rodrigues Diegro, cacique da Aldeia Yvyju Avary. O crime ocorreu em uma região com conflitos históricos por terras.

-LEIA MAIS: Governo entrega moradias a 47 famílias em Campo Mourão

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Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), junto ao corpo, os autores do crime deixaram uma carta com ameaças às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública, que atua na região.

A PC-PR informou, em nota, que as circunstâncias da morte estão sendo investigadas “em conjunto com a Polícia Federal para identificação dos autores". A PF disse, também por nota, que não se manifestaria.

Segundo familiares, no dia do crime, Everton saiu para jogar futebol em uma comunidade vizinha e não retornou. A localização do corpo foi comunicada por moradores da região à família horas depois. Eles afirma que são alvos frequentes de ameaças por conta das disputas por terras.

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O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania demostrou “profunda preocupação” e considerou o crime como "bárbaro assassinato".

"O Ministério acompanha o caso por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), em articulação com autoridades locais e federais, a fim de assegurar a proteção das lideranças e das comunidades ameaçadas, bem como acompanhar as investigações para que este crime não permaneça impune. No Paraná, o PPDDH acompanha 19 lideranças Ava Guarani", afirmou o MDHC.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) também disse que está acompanhando o caso e informou que a Força Nacional de Segurança Pública reforçou a segurança em Guaíra.

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O conflito por demarcação de terras é histórico na região oeste do Paraná. De um lado, comunidades indígenas reivindicam a demarcação de novas áreas desde a construção da Usina de Itaipu, quando diversas regiões rurais foram alagadas. Muitas das terras hoje ocupadas por indígenas não passaram por processo oficial de regularização fundiária. Por outro lado, agricultores rurais da região reivindicam propriedade da terra.

Em março deste ano, um acordo foi homologado pela União, Itaipu Binacional e Povos Indígenas, prevendo a compra, em caráter emergencial, de 3 mil hectares de terras rurais que serão distribuídas a 31 comunidades indígenas que vivem em cinco municípios paranaenses do Oeste do Estado.

O investimento inicial de R$ 240 milhões será disponibilizado pela Itaipu, com a possibilidade de complementação desse valor em 2026, caso seja necessário. As terras serão adquiridas em nome da União e destinadas às aldeias indígenas. O objetivo é aliviar a falta de espaço e as condições precárias enfrentadas pelo povo Avá-Guarani desde a formação do reservatório da usina, em 1982. Outras ações estão previstas.

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Mais de 5 mil pessoas das comunidades das Terras Indígenas Tekoha Guasu Guavira e Tekoha Guasu Okoy Jakutinga serão beneficiadas. No final de junho, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) iniciou a avaliação de terras que serão adquiridas pela Itaipu Binacional para destinação às comunidades indígenas.

Veja a nota do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) manifesta profunda preocupação com o bárbaro assassinato de um jovem indígena de 21 anos, filho do cacique da Aldeia Yvyju Avary, no município de Guaíra (PR). O corpo foi encontrado decapitado junto a uma carta com graves ameaças às comunidades indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública.

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Desde as primeiras horas, o MDHC acompanha o caso por meio do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), em articulação com autoridades locais e federais, a fim de assegurar a proteção das lideranças e das comunidades ameaçadas, bem como acompanhar as investigações para que este crime não permaneça impune. No Paraná, o PPDDH acompanha 19 lideranças Ava Guarani.

Reiteramos nosso compromisso em defender a vida, a dignidade e os direitos dos povos indígenas, certos de que nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território.

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