O Centro de Assistência Toxicológica (Ciatox) do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná, vinculado à Universidade Estadual de Londrina (UEL), divulgou que, durante o ano de 2021, atendeu 1.777 casos envolvendo animais peçonhentos em todo o Estado do Paraná. O setor que funciona no HU/UEL, atendeu 5.879 casos de intoxicação em geral durante todo o ano de 2021, isso significa que os casos envolvendo animais peçonhentos representam um terço dos atendimentos totais.
De acordo com o coordenador do Ciatox e professor do Departamento de Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Camilo Molino Guidoni, os escorpiões estão na dianteira nos atendimentos: foram 665 casos. Em segundo lugar estão as aranhas com 642 casos. O serviço também recebeu 201 atendimentos envolvendo picadas de cobras venenosas. As lagartas figuram entre os animais peçonhentos que causam acidentes. Ao todo, foram 126 pacientes acometidos por picadas dos insetos. Há também os atendimentos por picadas de abelhas. Guidoni afirma que foram apenas 49 atendimentos em todo o Paraná, durante 2021, mas este número, segundo o farmacêutico, certamente está subnotificado. “Os pacientes buscam o serviço de saúde antes e, muitas vezes, não são encaminhados para o Ciatox de sua região. Então, há bastante subnotificação”, argumentou.
É preciso ter cuidado, pois, com a chegada dos meses quentes do ano, aumentam os casos de intoxicação por ataques de animais peçonhentos em todo o Paraná. As altas temperaturas provocam a saída de muitos deles de seu habitat para o acasalamento, o que aumentam as chances de serem encontrados por humanos. Uma comprovação disso, foi um caso na cidade de Sarandi, onde uma criança de pouco mais de um ano foi picada por um escorpião, enquanto brincava no chão da sua própria residência.
FUI PICADO, O QUE FAZER?
Antes de tudo, manter a calma. Esse é o primeiro passo para quem foi atacado por um animal venenoso, segundo o coordenador Camilo Molino Guidoni. Capturar o animal é outro passo importante mas, caso não seja possível, o paciente pode descrevê-lo na hora do atendimento.
Não é recomendado matar os animais e, caso isso já tenha sido feito após o ataque, ele deve ser levado do mesmo jeito para averiguação. “Só conseguimos elencar os atendimentos e classificá-los porque temos acesso aos animais. Só por isso conseguimos identificar, seja pela família, seja pelo gênero”, completou Guidoni.
O atendimento nesses casos deve ser feito imediatamente para que o quadro não se agrave. “Muitos pacientes resolvem esperar, porque na hora não está doendo. Mas no caso do escorpião amarelo, por exemplo, o tratamento se desenvolve melhor se o atendimento for feito rapidamente”, finalizou o professor.
Fonte: Agência Estadual de Notícias.
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