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INVESTIGAÇÃO

Declarações de óbito apontam espancamento antes de mortes em Icaraíma (PR)

Documento preliminar revela traumatismo cranioencefálico, politraumatismo e ferimentos por arma de fogo nas vítimas, segundo advogada

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Declarações de óbito apontam espancamento antes de mortes em Icaraíma (PR)
Autor Foto por Reprodução - A última foto dos três cobradores antes do desaparecimento

A investigação sobre o desaparecimento e morte de quatro homens em Icaraíma, no Noroeste do Paraná, ganhou novos contornos após a divulgação das declarações de óbito nesta quarta-feira (24). A advogada das famílias, Josiane Monteiro, teve acesso aos documentos que revelam que três das vítimas sofreram lesões e traumas antes da morte, incluindo um caso de afundamento de crânio.

-LEIA MAIS: Icaraíma: informante conta que um dos suspeitos quer se entregar

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Os corpos de Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza foram localizados no dia 19 de setembro, em uma cova clandestina, 44 dias após o desaparecimento. Conforme as declarações de óbitos do Instituto Médico Legal (IML), as causas de morte de três vítimas foram traumatismo cranioencefálico, politraumatismo e ferimentos por arma de fogo.

A confirmação definitiva sobre a causa das mortes só será possível com a conclusão dos laudos de necropsia. Ainda assim, o estado de conservação dos corpos chamou a atenção. Apesar de mais de um mês de desaparecimento, a condição sugere duas possibilidades: que as vítimas tenham sido mantidas em cativeiro por parte do período, ou que as características do local onde foram enterradas — área arenosa e sob sombra — tenham contribuído para a preservação, segundo explicou a advogada.

"A declaração de óbito mostra que eles sofreram diversos traumas e existe a possibilidade de que eles tenham sido agredidos com barras de ferro ou pedaços de pau antes dos tiros, tanto que um deles tinha um aprofundamento de crânio, o que mostra a brutalidade do crime", disse a advogada Josiane Monteiro ao TNONline nesta quarta-feira.

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							Declarações de óbito apontam espancamento antes de mortes em Icaraíma (PR)
Autor Foto por Reprodução/ Redes Sociais

Indícios de ocultação

Outro ponto levantado pela defesa diz respeito a sinais que indicam tentativa de ocultação das mortes. O RG de Rafael Juliano Marascalchi foi encontrado dentro de seu tênis, o que pode significar que ele tenha previsto o desfecho e buscado garantir sua própria identificação. Além disso, pertences como alianças e relógios não estavam com os corpos quando chegaram ao IML, reforçando a suspeita de que os objetos tenham sido retirados pelos criminosos para dificultar o reconhecimento.

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Conflito por terra

De acordo com a Polícia Civil, o crime está ligado a uma negociação de terras. Alencar Gonçalves de Souza, morador de Icaraíma e uma das vítimas, havia comprado uma propriedade de Carlos Henrique Buscariollo por cerca de R$ 1 milhão. Embora a negociação não tenha sido concluída, Alencar já havia pago R$ 255 mil de entrada.

Com a desistência da compra, a posse do terreno voltou para a família Buscariollo, e Alencar passou a cobrar a restituição do valor. O acordo previa o pagamento em 10 parcelas de R$ 25 mil, mas houve atrasos. Para pressionar os devedores, ele contou com o apoio de Rafael, Robishley e Diego, que atuavam como cobradores em São Paulo.

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No dia 5 de agosto, após um encontro marcado com Paulo e Antônio Buscariollo — pai e filho apontados como principais suspeitos —, os quatro desapareceram. Dias depois, a picape da família Buscariollo foi apreendida com outro homem, que acabou preso. Um segundo suspeito também foi detido por supostamente fornecer as armas usadas na emboscada.

Segundo a advogada, em momento algum as vítimas demonstraram temer pela vida durante a cobrança da dívida. “Eles acreditavam que seria uma cobrança rápida e simples. Nem levaram roupas, porque acreditavam que iriam chegar, receber e voltar para casa”, relatou a advogada.

Investigações em andamento

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Paulo e Antônio Buscariollo seguem foragidos, com mandados de prisão em aberto. A Polícia Civil também apura a participação de outras pessoas no crime.

Em nota, a PC-PR informou ao TNOnline que aguarda a conclusão dos laudos periciais. O inquérito tramita sob sigilo, medida adotada para garantir a segurança das testemunhas, já que os suspeitos são considerados de alta periculosidade.

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