Com 70% da produção no PR, tilápia pode entrar na lista de espécies invasoras

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) avalia incluir a tilápia na Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras. A análise, embora classificada pela pasta como de "caráter técnico e preventivo", acendeu um debate entre pesquisadores, que alertam para riscos à biodiversidade, e o setor produtivo, que defende a relevância econômica da atividade. O Paraná responde por 70% da produção nacional.

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Apesar da avaliação, o MMA destacou em nota que "não há qualquer proposta ou planejamento para interromper essa atividade". O ministério explicou que a inclusão de uma espécie na lista serve como "referência técnica para políticas públicas" e "não implica banimento, proibição de uso ou cultivo".

A discussão sobre a inclusão da tilápia deve ocorrer na próxima reunião da Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio), ainda sem data marcada.

A preocupação de especialistas foca na criação aberta do peixe, feita com tanques-rede dentro de rios e reservatórios de hidrelétricas. A prática é comum em rios como o Paraná, Paranapanema e Iguaçu. Em casos de fuga para o ecossistema nativo, a tilápia representa um risco à biodiversidade, pois a tilápia pode competir por alimento e modificar o ambiente.

Por outro lado, a tilápia, uma espécie de origem africana autorizada pelo Ibama no Brasil há cerca de 25 anos, tem alta relevância econômica.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 2024, o Paraná exportou 7,6 toneladas do peixe, o que representa aproximadamente 70% da exportação total do produto pelo Brasil.

O setor produtivo acompanha a discussão. A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) defende um equilíbrio, com uma solução que atenda todos os lados.

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), a maior concentração de produtores de tilápia no Paraná está na região Oeste do estado. No entanto, outras regiões também são produtoras, com o Vale do Ivaí.