Cidade do Paraná tem mais bicicletas do que carros nas ruas

Paranaguá, no Litoral do Paraná, se destaca nacionalmente por um dado que chama a atenção: a bicicleta é o principal meio de transporte da população. Estimativas indicam que cerca de 84% dos moradores utilizam a bike no dia a dia, número que pode chegar a aproximadamente 90%, considerando os dados populacionais mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta cerca de 150 mil habitantes no município.

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O uso intenso da bicicleta não é recente e vem crescendo ao longo dos anos. Segundo a Superintendência Municipal de Trânsito (Sumtran), em 2019 cerca de 115 mil pessoas utilizavam a bike como meio de locomoção. Em 2021, esse número subiu para aproximadamente 135 mil ciclistas circulando diariamente pela cidade, consolidando a bicicleta como protagonista da mobilidade urbana local.

Bicicleta como hábito diário

A cultura do pedal em Paranaguá acompanha uma tendência nacional, mas com intensidade muito maior. A Pesquisa Nacional sobre o Perfil do Ciclista Brasileiro, realizada em 2024, aponta que 53,2% dos ciclistas do país pedalam todos os dias da semana e que 85,5% utilizam a bicicleta como meio de transporte há mais de cinco anos.

Em Paranaguá, essa realidade se reflete nas ruas, ciclovias e bairros, onde a bicicleta é usada tanto para ir ao trabalho quanto para lazer, compras e estudos. O levantamento mostra que 69,7% dos ciclistas utilizam a bike para trabalhar, 65,4% para lazer, 26,5% para compras e 21,2% para estudos.

Quanto ao tempo de deslocamento, 56,1% dos ciclistas pedalam entre 15 e 30 minutos por trajeto, enquanto cerca de 31% gastam até 15 minutos, o que reforça a eficiência da bicicleta em deslocamentos urbanos curtos.

Novas regras para bicicletas e veículos elétricos

Com uma população majoritariamente ciclista, Paranaguá também precisou se adaptar às mudanças na legislação de trânsito. Em dezembro, a Prefeitura iniciou uma nova etapa de orientação sobre as alterações da Resolução nº 996 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que redefine as regras para bicicletas elétricas, veículos autopropelidos e ciclomotores.

Pelas novas normas, a bicicleta elétrica segue equiparada à bicicleta convencional, desde que tenha motor de até 1.000 watts, funcione apenas com pedal assistido e não ultrapasse a velocidade máxima de 32 km/h. Nesses casos, não é exigida habilitação nem emplacamento.

Patinetes e ciclomotores

A resolução também regulamenta patinetes elétricos, monociclos e equipamentos autopropelidos, que devem respeitar os limites de potência e velocidade e circular exclusivamente em ciclovias e ciclofaixas. A orientação da Sumtran é para que os usuários utilizem capacete e redobrem os cuidados.

Já os ciclomotores passam a seguir regras semelhantes às das motocicletas. Eles podem ter motor a combustão de até 50 cilindradas ou motor elétrico de até 4.000 watts, com velocidade máxima de 50 km/h. Para conduzi-los, é obrigatória a CNH categoria A ou a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC), além de registro e placa. A circulação em ciclovias é proibida.

Alerta e educação no trânsito

A Sumtran também alerta para bicicletas com motores instalados de forma artesanal, que não se enquadram em nenhuma categoria prevista na nova resolução e continuam proibidas de circular por não atenderem aos requisitos de segurança.

As mudanças têm caráter educativo e buscam organizar o trânsito em uma cidade onde a bicicleta faz parte da identidade urbana. A Sumtran seguirá promovendo ações informativas em escolas, bairros e áreas de grande circulação para orientar a população.

Com uma forte cultura do pedal, legislação atualizada e foco em educação no trânsito, Paranaguá se consolida como referência em mobilidade sustentável no Paraná e no Brasil.

Com informações Bem Paraná