Caso Icaraíma: homens foram mortos com tiros no rosto, diz advogada

Os quatro homens encontrados mortos em Icaraíma, no noroeste do Paraná, teriam sido vítimas de uma emboscada, de acordo com a advogada Josiane Monteiro Bichet, que representa as famílias de duas das vítimas. Ela informou que marcas nos corpos indicam que os quatro homens foram mortos com tiros no rosto. A informação, contudo, não foi confirmada pela Polícia Civil responsável pela investigação do caso.

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"Já naquele momento em que encontraram a Toro e retiraram, nós tínhamos visualizado isso. Sabíamos que a perícia seria feita, que chegariam os laudos, mas já sabíamos a forma que eles tinham abordado esses homens, que tinham abordado numa emboscada", afirmou a advogada.

Apesar da defesa dos suspeitos alegar falta de evidências físicas do crime, Josiane Bichet ressalta que as provas são contundentes. "Eles alegavam que pela falta do corpo não havia materialidade do crime. Então está aí a resposta para eles, estão aí os corpos, o veículo, nós temos a certeza que todas as pessoas que praticaram esse crime irão pagar pelo que fizeram", disse.

A advogada também detalhou a reação das esposas das vítimas ao receberem a notícia. A esperança de encontrá-los com vida era grande, e a confirmação da morte foi um baque. "Uma [das esposas] já tinha tido acesso às informações pela imprensa, a outra ficou sabendo um pouco depois. Uma delas passou muito mal, porque a esperança movia. Elas não deixavam que nenhuma das hipóteses fossem descartadas, então acreditavam que poderiam estar vivos, e infelizmente não foi isso que aconteceu", disse a advogada.

RELEMBRE

Os corpos de Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi, Diego Henrique Afonso e Alencar Gonçalves de Souza, foram encontrados nesta sexta-feira (19), uma semana após a localização do veículo usado por eles.

As vítimas desapareceram em 5 de agosto de 2025, após saírem para cobrar uma dívida de R$ 255 mil. Foram vistos pela última vez em uma panificadora em Icaraíma, e o último contato com as famílias, na manhã do desaparecimento, indicava que "estava tudo bem". O boletim de ocorrência foi registrado na mesma noite, e as buscas tiveram início no dia seguinte.

A investigação teve um ponto de virada crucial com a localização da caminhonete Fiat Toro branca usada pelas vítimas. O veículo foi encontrado na última sexta-feira, 12 de setembro, enterrado em um bunker, em uma propriedade rural de difícil acesso em Vila Rica do Ivaí, distrito de Icaraíma.

Novos vestígios surgiram reforçando a suspeita de homicídio ao longo do mês. No domingo (14), munições e marcas de tiros em galhos de árvores foram encontradas na propriedade rural de um dos suspeitos de assassinato. Esses indícios apontam que as vítimas foram surpreendidas e mortas por mais de uma pessoa.

A polícia também apreendeu um veículo e uma espingarda calibre 12 pertencentes à família do suspeito, além de outras estruturas subterrâneas ligadas ao crime organizado na fronteira.

Os principais suspeitos são pai e filho. Após negarem envolvimento e serem liberados inicialmente, a Justiça decretou a prisão temporária de ambos, que se tornaram foragidos.