A produção de café deve movimentar R$ 93,6 milhões neste ano na região de Apucarana, uma alta de quase 30% no faturamento em relação à safra anterior. Estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), que atende 13 municípios da região, aponta a colheita de 3,5 mil toneladas de café beneficiado, o equivalente a 58,5 mil sacas de 60 kg, em área plantada de 1.950 hectares.
O rendimento é 8% maior que a safra anterior, quando foram colhidas 3,2 mil toneladas de café na mesma área. Além do aumento na produção, outro fator que favorece os cafeicultores é a valorização do produto. No ano passado, a saca de 60 kg de café era comercializada a R$ 1,3 mil, em média, preço que subiu para R$ 1,6 mil na cotação atual. Uma alta de 18%.
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Segundo o presidente da Associação dos Cafeicultores de Apucarana, Carlos Bovo, neste ano o clima colaborou com os trabalhos no campo e a colheita avança bem, com mais de 60% de área concluída. Entretanto, a chuva forte registrada no mês passado derrubou frutos dos pés, o que pode interferir na qualidade. Já a geada não causou estragos significativos. “A chuva derrubou os cafés vermelhos e o secos que estavam prontos para serem colhidos. A geada praticamente não atrapalhou em nada”, informa.
Para o cafeicultor, a alta no rendimento da safra atual se deve, sobretudo, à melhoria na tecnologia aplicada no campo. Segundo ele a colheita encerra em setembro.
TARIFAÇO
O técnico do Deral, Adriano Nunomura, alerta que a possibilidade de os Estados Unidos aplicarem uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode causar queda no valor do café. Segundo ele, se a ameaça de Donald Trump se cumprir, haverá maior oferta do produto no mercado interno e, por consequência, uma desvalorização.
"Os preços já tendem a cair durante a colheita, mas com essa ameaça de tarifaço, há uma tendência de redução nas próximas semanas, pois os estoques nacionais devem aumentar. E com um maior oferta do produto, os preços tendem a cair, enquanto não for possível escoar a produção em outros mercados, outros países”, analisa.
Segundo Nunomura, a ameaça do tarifaço preocupa produtores pois os Estados Unidos é o maior comprador de café do Brasil. “A preocupação é grande para o produtor, que nos últimos meses estava com grande valorização de seu produto. Aqui na região, a maior parte dos cafeicultores é pequeno produtor e essa renda gerada é importante para a economia local”, salienta.
O cafeicultor Carlos Bovo acredita que a tarifa pode atrapalhar a comercialização do café, se realmente entrar em vigor. Contudo, os preços não foram afetados até o momento. "Vamos ver depois de setembro, quando as colheitas forem finalizadas e as cooperativas e exportadores começarem a cumprir seus contratos", comenta.
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